Num rescaldo da audição de João Galamba na Comissão de Inquérito à TAP, o PCP considerou hoje que, mais importante do que as constantes polémicas em que o Governo está envolvido, é perceber qual é "o futuro estratégico da empresa e dos seus trabalhadores".
Questionado sobre se é a favor da demissão de João Galamba, o deputado do PCP considerou que mais importante que as caras são as políticas.
"Pode haver quem não se lembre, mas este atual ministro só está em funções por acusa de outro que se demitiu", lembrou, referindo que, "se continuarmos de demissão em demissão, mas não mudarmos as políticas" então nada se resolve no país.
"Substituir caras, mas continuar com as mesmas políticas [...] nada resolve sobre os problemas de fundo do país", atirou
Bruno Dias defendeu ainda que mais importante que a "a agenda político-mediática" é abordar questões que verdadeiramente devem preocupar e que mexem com a vida dos portugueses e considerou que o governo precisa "de uma mudança de políticas para romper com estas situações".
Bruno Dias salientou que o foco do seu partido, desde o início da comissão de inquérito à TAP, tem sido o de "discutir a TAP na comissão de inquérito à TAP" e "questionar as opções políticas e estratégicas para o futuro" da companhia aérea.
"Aquilo que se verifica de uma forma muito clara é que, enquanto nós discutimos estes problemas e estes escândalos do ministério das Infraestruturas, o Governo vai andando em frente com a privatização da TAP", disse.
"Por trás destas discussões sobre quem é que mandou trancar a porta do ministério e quem é que bateu em quem, (...) o que resta são os problemas de fundo sobre o futuro da companhia e sobre um negócio absolutamente escandaloso de uma privatização que, pelos vistos, o Governo insiste em manter", disse.
Questionado se o PCP pretende acompanhar o requerimento da IL para Costa ser ouvido na comissão de inquérito à TAP, Bruno Dias respondeu que se o objetivo for recolher respostas do primeiro-ministro sobre a companhia aérea, "naturalmente que essa resposta deve ser dada".
"O nosso enfoque essencialmente tem a ver com as opções políticas relativamente à TAP e ao seu futuro e naturalmente que o primeiro-ministro pode e deve ter uma palavra a dizer", disse.
[Notícia atualizada às 12h50]
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