No debate sobre política geral, na Assembleia da República, o deputado único do Livre, Rui Tavares, começou por dizer que, "para evitar que o país e a política se transforme num lamaçal", todos têm "um papel a desempenhar" e considerou que no segundo ano de maioria socialista no parlamento "o rolo compressor foi ligado a grande velocidade".
"Pode-se fazer como o senhor primeiro-ministro prometeu na campanha eleitoral, que um Governo com maioria absoluta não seria diferente de um Governo sem maioria absoluta: onde é que estão as ações que o comprovem?", questionou.
Na resposta, António Costa começou por pedir a Rui Tavares "muita cautela" quando se comenta o funcionamento das instituições.
"Disse e bem: é fundamental o normal funcionamento das instituições, mas no normal funcionamento das instituições, é o primeiro-ministro, é o Governo, que responde politicamente perante esta Assembleia da República e não é o primeiro-ministro que vem cá avaliar como é que o parlamento vota as diferentes iniciativas legislativas", realçou Costa.
O chefe do executivo argumentou que quando se começa a ver "a topografia institucional de pernas para o ar, é um risco muito grande para a democracia".
Costa comparou o populismo a um vírus que se "transmite pela palavra e contamina o vocabulário", dando como exemplo de 'contaminação' o uso pelo deputado Rui Tavares da palavra "lamaçal".
"Por isso vacine-se, rapidamente", apelou.
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