Mariana Mortágua, forte candidata a suceder a Catarina Martins na liderança do Bloco de Esquerda, já chegou à XIII Convenção do partido, que se realiza este fim de semana, em Lisboa.
"Vão poder comprovar como o Bloco de Esquerda tem a força e a alegria de um debate vivo e intenso. Estou muito entusiasmada e ansiosa por que esse debate comece", disse a bloquista aos jornalistas, preferindo "reservar" as suas respostas aos assuntos mais 'quentes' para os momentos em que irá falar aos militantes do partido.
Mortágua disse que, apesar de não poder "antecipar exatamente" o que é que será dito ao longo dos próximos dois dias, uma coisa é certa: "Vai ser bom, intenso e produtivo e vamos sair daqui mais fortes."
Questionada sobre as críticas em torno de uma alegada escassez de debates públicos contra a lista opositora liderada por Pedro Soares, a deputada à Assembleia da República disse apenas que "o Bloco de Esquerda tem a sua vida interna muito intensa", e "a democracia interna é o que conta".
Frugal nas suas palavras aos jornalistas, Mariana Mortágua resumiu as suas expectativas para a XIII Convenção do partido: "Alegria, força e debate, é isso que esperamos. Entusiasmo no futuro."
O adeus de Catarina
Os 654 delegados que deverão marcar presença no pavilhão do Castal Vistoso, em Lisboa, poderão escolher entre duas moções: a A, encabeçada pela deputada Mariana Mortágua e com muitos nomes da atual direção, e a E, que junta críticos e cujo porta-voz à convenção é o ex-deputado Pedro Soares.
Após uma incursão inédita no distrito do Porto em 2021, a XIII Convenção Nacional regressa no sábado e domingo ao pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa, sob o mote "Levar o país a sério" e na qual começará um novo ciclo de liderança perante os desafios de uma maioria absoluta do PS e um bancada parlamentar reduzida após o desaire eleitoral das últimas legislativas.
Com início dos trabalhos previsto para as 11h00, o momento mais aguardado da manhã da reunião magna bloquista será a intervenção de abertura feita por Catarina Martins, que marcará o fim da sua era como líder do partido.
Antes da interrupção para almoço, os delegados vão discutir e votar as alterações aos estatutos e, para o início da tarde, estão previstas as apresentações, debate e conclusões das moções de orientação política.
Pela moção A, intitulada "Uma força, muitas lutas", segundo informação adiantada à agência Lusa, será precisamente Mariana Mortágua a fazer esta apresentação.
A moção A, subscrita também por Catarina Martins - que apesar de deixar a liderança continuará na Mesa Nacional e Comissão Política, como revelou à Lusa - conseguiu eleger 81% dos delegados (530 no total) que irão votar, devendo sair vencedora desta convenção.
Sob o mote "Um Bloco plural para uma alternativa de esquerda - um desafio que podemos vencer!" e com 14% dos delegados, a moção E será previsivelmente apresentada por Pedro Soares, uma moção que tem entre os mandatários o histórico Mário Tomé.
Depois da apresentação das moções será tempo para as intervenções políticas na reunião magna, esperando-se ouvir, como habitualmente, nomes como os fundadores Francisco Louçã, Luís Fazenda e Fernando Rosas ou a eurodeputada Marisa Matias, entre outros nomes de relevo no partido.
[Notícia atualizada às 10h27]
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