"O senhor Presidente da República, não se referindo às questões circunstanciais, mas referindo-se ao longo prazo, referindo-se ao essencial, àquilo que faz com que todos nos sintamos orgulhosos de ser portugueses, transmitiu a mensagem importante, que é sempre uma mensagem importante para um país enfrentar aquilo que tem que fazer. E é essa mensagem de mobilização, de unidade, de persistência, de continuidade, que o PS saúda vivamente e penso que marcou este 10 de Junho", considerou Porfírio Silva.
Questionado sobre o facto de o ministro das Infraestruturas, João Galamba, ter sido vaiado nas cerimónias comemorativas do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que decorrem no Peso da Régua, em Vila Real, o membro do Secretariado Nacional do PS respondeu com uma referência às próprias palavras do Presidente da República.
"Penso que devemos hoje seguir o exemplo do senhor Presidente: focarmo-nos na mensagem global que é uma mensagem de unidade, de mobilização de todos os portugueses. Todos sabemos que, felizmente, estamos num país democrático, e portanto, não temos todos a mesma opinião sobre todas as matérias. Ainda bem que é assim, se tivéssemos todos a mesma opinião, ou alguns não pudessem manifestar a mesma opinião, isso é que seria mau", afirmou.
Interrogado sobre como leu as palavras do Presidente da República quando considerou necessário "cortar os ramos mortos que atingem a árvore toda", Porfírio Silva respondeu que "como o próprio senhor Presidente da República disse, o discurso do 10 de Junho não foi um discurso sobre a atualidade, não foi sobre o dia-a-dia, foi sobre os grandes desafios do país".
"Eu quero dizer, como filho de agricultores, e uma vez que faz sentido, estando no Douro hoje centrado o 10 de Junho, que as pessoas que trabalham a terra sabem bem que cada trabalho tem o seu tempo. É preciso ter a paciência de esperar pelo tempo para fazer cada trabalho, e é assim que se conseguem boas colheitas: é saber fazer cada tarefa no seu momento, sem pressas, com foco, e sabendo que o essencial é sermos capazes de construir algo com duração, com capacidade para continuar e persistir", acrescentou.
Estando o 10 de Junho centrado no Douro, continuou, "é uma boa leitura dessa visão de longo prazo que, quem trabalha a terra tem que ter".
"Porque ninguém semeia hoje para colher amanhã, sabe que há muitos passos para colher, e temos todos que saber isso, para na nossa diversidade, na pluralidade do país, nas diferenças de opinião, nas divergências que é natural que existam numa sociedade democrática, sabermos que isso faz parte do trabalho para finalmente termos todos uma boa colheita", rematou.
O dirigente socialista acrescentou que o PS se reviu num discurso "que conta com todos os portugueses" e "virado para o futuro".
"O facto de este 10 de Junho ser centrado no Douro, que é uma região em que, durante séculos, foi o trabalho humano que transformou a natureza, engenho e esforço, para criar uma paisagem e uma realidade diferente, é uma escolha inspiradora. Porque o próprio Douro, por ser essa duração, essa secularidade, mostra a importância da persistência, da continuidade, do foco nas políticas públicas. Em conseguirmos, no essencial, caminharmos juntos e sermos capazes de juntos construirmos um Portugal melhor para todos os portugueses", afirmou.
O Presidente da República defendeu hoje que Portugal não pode desistir de criar mais riqueza, igualdade e coesão, considerando que só isso permitirá que continue a ter a sua "projeção no mundo".
[Notícia atualizada às 14h09]
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