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"Primeiro-ministro quis menorizar a luta dos professores vitimizando-se"

O presidente do Chega acusou António Costa de se vitimizar ao classificar de racistas cartazes exibidos por professores no sábado e assegurou que o partido não teve qualquer participação nessa manifestação.

"Primeiro-ministro quis menorizar a luta dos professores vitimizando-se"
Notícias ao Minuto

16:39 - 12/06/23 por Lusa

Política CHEGA

Em declarações aos jornalistas antes de uma visita à Feira do Livro de Lisboa, André Ventura começou por afirmar que "não corresponde à verdade" uma "tentativa de alguns líderes políticos, mas também comentadores e outras personalidades sindicais" de associarem o Chega aos protestos dos professores no sábado, nas comemorações do 10 de Junho, em Peso da Régua (Vila Real).

"O Chega não esteve presente nem se mobilizou para esses protestes, o Chega quando quer protestar assume. Em qualquer caso, acho que o senhor primeiro-ministro quis aproveitar claramente a ocasião e caracterização daqueles cartazes para se vitimizar", acusou. Em causa está a polémica em torno dos cartazes exibidos durante um protesto de professores que aproveitaram o 10 de Junho para se manifestarem no Peso da Régua e que António Costa considerou "um pouco racistas".

Os cartazes continham uma caricatura do primeiro-ministro com nariz de porco e um lápis espetado em cada olho.

"Não compreendo em que é que aqueles cartazes traduzem qualquer expressão de racismo ou qualquer questão com pessoas com pessoas racializadas trata-se de um cartaz mais esotérico, mais ousado. O senhor primeiro-ministro quis, mais uma vez, menorizar a luta dos professores vitimizando-se", criticou.

Ventura acrescento que ele próprio também já foi representado em caricaturas em jornais, manifestações ou desfiles de Carnaval.

"Não pode ter só graça quando se atacam os líderes da oposição, também tem de ter quando se ataca o primeiro-ministro", disse, acusando Costa de se ter mostrado "irascível e incapaz de lidar com a crítica".

Ao chegar ao local das cerimónias oficiais militares do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas que, este ano decorreram na cidade da Régua, distrito de Vila Real, a mulher do primeiro-ministro, Fernanda Tadeu, exaltou-se com alguns dos comentários dos professores em protesto.

Inicialmente, António Costa pediu à mulher para não responder aos comentários, mas depois virou-se para trás e gritou "racista", visivelmente exaltado.

Mais tarde, em declarações aos populares que o esperavam, o primeiro-ministro considerou que os protestos fazem "parte da liberdade e da democracia".

"Com melhor gosto, com pior gosto, com estes cartazes um pouco racistas, mas pronto, é a vida", frisou.

Cerca de duas dezenas de pessoas, incluindo a maioria dos deputados do Chega, acompanharam hoje André Ventura na visita à Feira do Livro de Lisboa, que disse ter como objetivo "dar o apoio" a esta iniciativa e mostrar que Lisboa "não é só turismo de massas e hotéis".

"Temos o dever de estar ao lado da cultura e dos espaços que fazem de Lisboa aquilo que ela é", afirmou.

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