Num requerimento dirigido à ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, o Bloco de Esquerda classifica como "um ataque de ódio" a vandalização da exposição "Amor e Ódio" por três homens.
"Estes homens entraram na Igreja de São Vicente, propriedade do município, e destruíram os trabalhos que aí estavam expostos. A roda de conversa prevista para hoje para o espaço da exposição teve de mudar de local. Existem legítimas razões para preocupação sobre a segurança da 1.ª Marcha LGBTIQA+ de Évora, que se realiza amanhã [sexta-feira]", alertam os bloquistas.
O BE questiona a ministra Ana Catarina Mendes se o Governo tem conhecimento desta situação e que medidas irá tomar "para promover a segurança da comunidade LGBTQ+ de Évora e para enfrentar os discursos e atos de ódio homofóbico e transfóbico", nomeadamente a segurança da primeira marcha deste movimento a realizar em Évora.
No requerimento, o BE salienta que "a organização de momentos comunitários e de manifestação política faz parte da história de resistência da população Lésbica, Gay, Bissexual, Trans, Queer e de todas as demais pessoas com sexualidades e identidades de género divergentes da norma hetero-patriarcal".
"Foi nesse contexto que surgiram o Arraial Pride, em 1997, e a Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa, em 2000. Depois da Marcha do Orgulho do Porto (2006) e da Marcha contra a Homofobia e a Transfobia de Coimbra (2010), foram surgindo diversas marchas e momentos de encontro de norte a sul do país e nas regiões autónomas", afirmam, acrescentando que "este ano, foi a vez de Évora organizar pela primeira vez o seu grande evento de visibilidade e de orgulho".
"Infelizmente, esta iniciativa (...) foi hoje alvo de um ataque de um ódio", lamenta o partido, no requerimento assinado pela deputada Joana Mortágua.
A mostra integrava o programa da 1.ª Évora Pride, que está a decorrer, até domingo, na cidade alentejana, organizada em parceria pela Sociedade Harmonia Eborense, Núcleo Feminista de Évora e Associação Évora Queer.
Contactada pela Lusa, uma fonte do Comando Distrital de Évora da PSP limitou-se a adiantar que a exposição foi vandalizada e que a polícia está a investigar o caso.
A Évora Pride começou na terça-feira e, até domingo, inclui exposições, concertos, performances, conversas, ações de sensibilização e uma marcha do orgulho.
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