A líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, juntou-se, esta quarta-feira, a um protesto, em Lisboa, para exigir um aumento dos salários.
A líder do Bloco de Esquerda criticou as palavras da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que pediu cortes nos salários.
"Christine Lagarde é uma pessoa que só conheceu privilégio na sua vida. Foi presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI) quando disse a Portugal que os portugueses tinham de empobrecer, que era necessário cortar salários e mais austeridade. Essa politica revelou-se um erro. Os portugueses empobreceram, imigraram, ficaram a viver pior", recordou, acrescentando que, agora, como presidente do Banco Central Europeu, "volta Lagarde, num palácio em Sintra a comentar campos de golfe, do alto do seu privilégio, a dizer que Portugal tem de baixar salários".
Mariana Mortágua afirma ainda que desafiou o Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, a trazer ao Parlamento português Christine Lagarde, para que esta "enfrente" os representantes do povo português.
Por fim, a líder do BE desafiou o Governo a obrigar os bancos a suportar parte do aumento das prestações e criticou o executivo socialista por assumir "uma posição de subserviência" perante a presidente do BCE, Christine Lagarde, que "do alto das suas folhas de Excel" e do "seu trono de privilégio", diz "a quem trabalha que o seu destino é empobrecer simplesmente porque não querem dizer aos bancos que têm que assumir uma parte do custo ou dizer às empresas que estão a lucrar com a inflação".
"Desafiamos o Governo a transferir para os bancos e obrigar os bancos a suportar uma parte do custo do aumento das prestações ao crédito e a limitar as rendas para que o salário em Portugal possa pagar uma renda e uma prestação ao banco", disse, rejeitando assim "as determinações do BCE e a arrogância da presidente do BCE".
Na opinião de Mortágua, o Governo liderado por António Costa "tem nas suas mãos o poder de poder determinar que a banca assuma o custo que está neste momento a passar para as pessoas na prestação ao crédito", aliviando os portugueses deste aumento dos juros que "está a castigar quem tem o crédito e não consegue pagar a sua prestação".
Milhares de trabalhadores, do público e do privado, estão hoje em protesto, e exigem um subida dos salários que acompanhe o aumento do custo de vida.
A CGTP, que convocou o protesto, reivindica um aumento dos salários para todos os trabalhadores em, pelo menos, 10% com um mínimo de 100 euros, a subida do salário mínimo para 850 euros e outras medidas que respondam ao aumento do custo de vida.
[Notícia em atualização]
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