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SNS? "Temos uma saúde para ricos e uma saúde para pobres"

Miguel Pinto Luz refere que "tem havido mais gasto", mas também "mais desinvestimento" no Sistema Nacional de Saúde (SNS), salientando que estamos perante um cenário "dramático".

SNS? "Temos uma saúde para ricos e uma saúde para pobres"
Notícias ao Minuto

08:47 - 04/07/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política PSD

O vice-presidente do Partido Social Democrata (PSD), Miguel Pinto Luz, referiu na segunda-feira que ficou "estupefato" com as declarações do líder do Chega, André Ventura, que acusou a Direita de ter uma "obsessão quase compulsiva por demonizar o que é público e valorizar o que é privado".

"À Direita, no que diz respeito ao PSD, não temos diabolizado o setor público. Pelo contrário, valorizamos muito os milhares de profissionais de saúde que hoje constituem o SNS [Sistema Nacional de Saúde], um SNS que não tem tido investimento nos últimos sete anos de governação socialista", começa por dizer o social democrata em entrevista à SIC Notícias.

Miguel Pinto Luz refere que "tem havido mais gasto", mas também "mais desinvestimento", salientando que estamos perante um cenário "dramático".

"Vamos aos hospitais e as tecnologias de ponta já não estão disponíveis, as listas de espera estão maiores, espera-se mais de três anos por uma consulta, dois anos por uma cirurgia... Isto é dramático. Hoje, quando procuramos terapeutas de ponta, o privado é a resposta", apontou, acrescentando que "temos, de facto, uma saúde para ricos e uma saúde para pobres e não foi esse o Serviço Nacional de Saúde que o PSD apresentou em 1979".

Pinto Luz assumiu ainda que, já nessa altura, o partido falava "num regime de complementaridade entre o setor privado, o setor público e sem setor".

Voltando-se a referir a André Ventura, afirma que o líder do Chega "esqueceu da história" e que "já há mais de 40 anos que o PSD defendia um SNS público em complemento da oferta privada e da oferta do sem setor", assim como salienta que o esquecimento se estende ao Partido Socialista.

De recordar que o PSD iniciou na segunda-feira quatro dias dedicados à saúde, que incluem visitas de Luís Montenegro a hospitais e centros de saúde, terminando com um agendamento potestativo no Parlamento, na quinta-feira, de cinco recomendações ao Governo.

Entre as propostas consideradas estruturais pelos sociais-democratas para fazer "uma transformação profunda do SNS num verdadeiro Sistema Nacional de Saúde" contam-se, por exemplo, um orçamento plurianual para a saúde, um 'check up' anual "com total liberdade de escolha para cada cidadão nos sectores público, privado ou social", médico de família digital para três milhões de portugueses ou a extensão facultativa do subsistema de saúde ADSE a outros grupos populacionais, além dos funcionários públicos.

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