O presidente dos sociais-democratas madeirenses discursava na festa anual da estrutura regional do partido, na Herdade do Chão da Lagoa, nos arredores do Funchal, que contou com a presença do líder nacional, Luis Montenegro, e concentrou milhares de pessoas.
Albuquerque chegou ao palco ao som da música com a letra "Madeira és livre e livre serás. Cobiça tão linda no mundo não há", "Viva o Miguel, Olé!", "Nós só queremos Miguel a presidente", com bandeira azul e amarela desta região autónoma na mão.
"Estamos aqui para dizer mais uma vez em alto e bom som que somos a favor da nossa liberdade e estamos aqui a lutar pela nossa autonomia e por uma Madeira mais próspera e mais justa, contra o obscurantismo do centralismo, para derrotar os serviçais e pajens do colonialismo de Lisboa" , declarou o também presidente do Governo Regional da Madeira.
O líder insular apontou que o objetivo do PSD é "derrotar o socialismo e vencer as eleições", um processo que começa com as regionais que se realizam na Madeira a 24 de setembro.
Albuquerque apelou à mobilização, salientando que "as eleições só se ganham quando os votos são contados nas urnas", defendendo ser necessário um esforço conjunto de "humildade e trabalho".
O responsável social-democrata madeirense argumentou que a festa popular do Chão da Lagoa não é apenas um momento "mobilização para as lutas que se avizinham", complementando ser também uma "cerimónia, invocação e memória do que foi conquistado há 47 anos".
Albuquerque lembrou que "foi há 47 anos, com a conquista da autonomia política, que os madeirense "alcançaram a liberdade e romperam as grilhetas da opressão".
"Expurgámos e acabamos com uma sociedade de miséria e hierarquia", acrescentou, indicando que a bandeira é também símbolo de "uma conquista -- que os antepassados nunca sonharam - de liberdade, de desenvolvimento, de progresso", E, acrescentou, que esse é um "passado de iniquidade, de opressão e exploração do povo madeirense pelos poderes coloniais de Lisboa nunca mais pode voltar".
Albuquerque fez uma retrospetiva da legislatura que agora termina, recordando que apesar de ter sido marcada pela crise de saúde e económica, a Madeira conseguiu ultrapassar os problemas e evidencia crescimento económico em todos os setores.
"Neste momento, o que não precisamos é de socialistas para rebentar com a economia e voltar tudo", opinou.
Apesar dos gritos "só queremos Montenegro em São Bento", alertou o líder nacional do PSD que "primeiro está a Madeira e só depois o partido", salientando que esta região é hoje "um orgulho para Portugal".
"Não tenhas problemas em dizer ao país que a Madeira quer e precisa de mais autonomia política, mais capacidade de decisão para decidir o seu futuro", enfatizou.
Miguel Albuquerque realçou que a Madeira "não ficou à espera de Lisboa para desenvolver-se", insistindo na necessidade da região, em sede de revisão da Lei de Finanças Regionais, poder baixar os impostos e gerir a sua plataforma marítima.
Também considerou uma "vergonha, o Estado português não assumir suas responsabilidades", nomeadamente os custos com a saúde e a educação nas regiões.
O líder madeirense destacou que só uma vitória nas eleições regionais, porque vai dar a "força para reivindicar o que é necessário para a Madeira"
Depois desse ato eleitoral, assegurou, o PSD/Madeira vai "começar a trabalhar para ajudar o partido a ganhar as Eleições Europeias no próximo ano".
Dirigindo-se a Luis Montenegro, vincou: "Podes contar connosco, com a nossa garra, com a nossa pólvora, com as nossa munições para te ajudar a seres primeiro-ministro de Portugal. Não contes connosco, nunca, para fazer fretes à esquerda, para ser politicamente correto".
"Viva a Madeira livre!", concluiu.
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