Criação de empresa metropolitana de transportes na AMP é "mau caminho"
O PCP considerou hoje que a criação de uma empresa de transportes na Área Metropolitana do Porto (AMP) é um "mau caminho", sendo parte de um processo "que visa a entrega a privados da operação rodoviária de transportes".
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Política PCP
Num comunicado enviado hoje pela Direcção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP às redações, o partido considera que a criação da empresa metropolitana de transportes representa "a consolidação de um mau caminho".
"É peça de um caminho que visa a entrega a privados da operação rodoviária de transportes, sem o reforço da operação e com a degradação do serviço onde se admite, por exemplo, que o operador privado não cumpra 30% dos horários sem qualquer penalização", considera o PCP.
Para o PCP, "não é possível uma solução de mobilidade regional continuando a tratar 'à peça' o que tem que ser articulado e coordenado", não fazendo sentido "separar a operação da cidade do Porto da restante operação da AMP", tal como "não faz sentido tratar da rede de autocarros desligada da rede de metro e da exigência de um calendário para a construção das novas linhas de Metro do Porto".
Os comunistas notam ainda ter sido "anunciado vagamente" que a empresa integrará os Transportes Intermodais do Porto (TIP), "sem que tenha sido tornado público que actividades concretas desenvolverá, muito menos se se destina a coordenar as operações (redes, horários, articulação intermodal dos meios, etc.) em função das necessidades das populações", ou se "permitirá contrariar que a STCP esteja cada vez mais remetida ao concelho do Porto".
Para os comunistas, a criação da empresa, aprovada por unanimidade pelos 17 autarcas da AMP na reunião do Conselho Metropolitano de sexta-feira, reflete que aquele órgão está "perdido em esquemas e 'equilíbrios' de poder".
"O processo, que se arrasta há mais de três anos, revelando impreparação e incompetência dos órgãos metropolitanos, evidencia uma convergência das forças políticas que presidem às várias câmaras municipais da AMP", considera o PCP, para quem PS, PSD, IL e CDS, também no plano metropolitano, "convergem nos assuntos essenciais, faltando com as soluções que há muito a região precisa".
O PCP sugere por isso "um caminho diferente", em que a STCP serviria como "operador interno da Área Metropolitana do Porto, assumindo a responsabilidade pela operação nos seis concelhos (Porto, Gaia, Gondomar, Matosinhos, Maia e Valongo) onde intervém" e uma "calendarização do alargamento faseado aos restantes concelhos onde a STCP passaria futuramente a assumir a operação, substituindo os privados".
O comunicado da DORP do PCP aponta ainda a "medidas de defesa e salvaguarda dos postos de trabalho das empresas privadas que fazem hoje o serviço, designadamente com a prioridade à contratação para a STCP destes motoristas (e outros trabalhadores) para responder às necessidades decorrentes do alargamento da operação".
Na sexta-feira foi aprovada a criação da futura empresa de transportes na AMP, fazendo com que este setor tenha "uma gestão única, de âmbito metropolitano" ao nível da rede e da bilhética Andante, segundo o presidente da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues.
"Isto legitima a Comissão Executiva para a encomenda e pagamento da revisão final dos estatutos e do estudo económico-financeiro, que depois será votado em setembro", disse o responsável metropolitano, apontando para "uma simultaneidade" entre a constituição da empresa e a sua entrada em funcionamento e o da nova rede metropolitana de autocarros, denominada UNIR, até 01 de novembro.
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