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"Ucrânia avançou pouco" no sul, "mas a Rússia não avançou um centímetro"

Apesar de ter "avançado pouco", o ex-ministro considerou que a Ucrânia "ganha uma banda mais larga para poder pôr em funcionamento a sua artilharia" a cada passo que dá.

"Ucrânia avançou pouco" no sul, "mas a Rússia não avançou um centímetro"
Notícias ao Minuto

08:59 - 01/09/23 por Notícias ao Minuto

Política Ucrânia/Rússia

O antigo ministro da Defesa, Azeredo Lopes, reconheceu, na quinta-feira, que a Ucrânia mudou de estratégia no que diz respeito à contraofensiva levada a cabo contra a Rússia, tendo salientado que se Kyiv avançou “pouco” na frente sul, Moscovo “não avançou nem um centímetro”.

“Nunca escondi que na primeira fase desta segunda contraofensiva as coisas não correram bem. Aliás, sabemos o que foi o bombardeamento de fontes não identificadas que atacavam justamente a forma como a contraofensiva estava a desenrolar-se. Mas creio que, na última semana e meia, há uma alteração bastante relevante das circunstâncias, a favor da Ucrânia ou, pelo menos, não a favor da Federação Russa”, começou por explicar, no seu espaço de comentário na CNN Portugal.

Na mesma linha, o ex-governante assinalou ser “um erro absurdo [...] defender a todo o custo o que a Ucrânia está a fazer, se os resultados não são evidentes”, tendo ressalvado que, agora, “sabemos bastante melhor porque é que, de repente, surgem tantas pressões sobre a Ucrânia para esta alterar a forma como estava a conduzir as hostilidades”.

E passou a esclarecer: “Resulta de uma conversa que foi tida entre o chefe de Estado Maior General das Forças Armadas americano, Mark Milley, com o homólogo ucraniano e o comandante das forças dos EUA na Europa. Havia claramente uma divergência de posições.”

Na sua ótica, e ainda que as declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, “talvez não tenham sido as mais felizes”, numa referência às acusações do responsável de que criticar o ritmo da contraofensiva "é igual a cuspir no rosto" dos militares que estão na linha da frente, Azeredo Lopes reconheceu ser necessário “colocar-nos na posição de quem representa a Ucrânia”.

“Não concordo com a forma como ele exprime uma ideia de ser indignação, mas deve ser cansativo estar a tentar lutar com um adversário poderosíssimo e ter de ouvir treinadores de bancada”, disse.

Apesar de ter “avançado pouco”, o ex-ministro considerou também que a Ucrânia “ganha uma banda mais larga para poder pôr em funcionamento a sua artilharia” a cada passo que dá.

“Há uma coisa de que tenho a certeza: na frente sul a Ucrânia avançou pouco, mas a Rússia não avançou nem um centímetro desde que esta contraofensiva se iniciou”, rematou.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 9.511 civis desde o início da guerra e 26.717 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.

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