Costa cita Paulo Portas e diz que Chega "só trouxe mais gritaria ao país"

O primeiro-ministro, António Costa, citou hoje o antigo líder do CDS-PP Paulo Portas para dizer que o desaparecimento dos democratas-cristãos em termos de representatividade parlamentar e a entrada do Chega apenas trouxe mais gritaria ao país.

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Lusa
19/09/2023 17:45 ‧ 19/09/2023 por Lusa

Política

Moção de censura

António Costa falava em resposta a intervenções antes proferidas pelo líder do Chega, André Ventura, durante o debate parlamentar da moção de censura ao Governo apresentada por aquela força de extrema-direita.

No período de respostas a perguntas dos deputados, o primeiro-ministro dirigiu-se a André Ventura e disse-lhe em tom de aviso: "Não o vou acompanhar na gritaria, no estilo, porque não vão vale a pena".

"O senhor deputado consegue ilustrar que o doutor Paulo Portas tem razão quando diz que o desaparecimento do CDS-PP desta Assembleia da República não trouxe mais ideias ao país, só trouxe mais gritaria ao país", declarou.

Antes, o presidente do Grupo Parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, tinha já acusado o Chega de adotar "um discurso racista e xenófobo" e de "ter mesmo amor ao antigo regime".

"Passados quase 50 anos do 25 de Abril, temos hoje a pior oposição do regime democrático. Essa oposição está sentada na extrema-direita parlamentar", apontou, perante veementes protestos por parte dos deputados do Chega.

António Costa, na sua resposta a anteriores intervenções do Chega, pegou sobretudo na questão da TAP para acusar André Ventura de ser o advogado oficioso da ex-presidente da empresa, a francesa Christine Ourmières-Widener.

"André Ventura, durante vários meses, zurziu a ex-presidente da TAP por ter pago uma indemnização à engenheira Alexandra Reis. Agora que a Inspeção Geral de Finanças (IGF) considerou ilegal essa indemnização e o Governo demitiu a ex-presidente da TAP, agora a obsessão de André Ventura é o Governo a ter demitido e que se pague uma indemnização" a Christine Ourmières-Widener, assinalou.

De acordo com o primeiro-ministro, perante uma indemnização que a IGF considerou ilegal, o Governo "fez a única coisa que tinha a fazer: Demitiu a presidente da TAP".

"E, estamos certos, por termos feitos aquilo que tínhamos a fazer, não temos nenhuma indemnização a pagar à ex-presidente da TAP", sustentou, reiterando aqui uma posição que já tinha sido preconizada recentemente pelo ministro das Finanças, Fernando Medina.

Depois, voltou a dirigir-se ao líder do Chega.

"Vejo que o senhor deputado, que era tão contra a ex-presidente da TAP, passou a ser advogado oficioso da ex-presidente da TAP. Boa sorte senhor deputado", acrescentou.

[Notícia atualizada às 18h03]

Leia Também: Chega critica PSD por propor pactos ao Governo. "É uma coça política"

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