"O BE tinha dois objetivos e cumpriu os dois, são duas boas notícias: regressamos ao parlamento regional com a eleição de Roberto Almada e contribuímos para o fim da maioria absoluta do PSD, que tem desmandando e condicionado o destino da Madeira", afirmou Mariana Mortágua, em conferência de imprensa na sede nacional do BE, em Lisboa.
Questionada se o atual líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, se deve demitir na sequência dos resultados eleitorais, a coordenadora do BE remeteu essa avaliação para "os protagonistas da direita".
"Só posso garantir que o BE será oposição a qualquer Governo de direita. Terá uma voz contra os interesses instalados e vai lutar pela habitação, que foi por isso que fizemos campanha", assegurou.
O BE recuperou hoje a representação na Assembleia Legislativa da Madeira que tinha perdido em 2019, depois de na legislatura iniciada em 2015 ter dois representantes nesse parlamento regional.
Questionada sobre o seu primeiro teste eleitoral - Mariana Mortágua sucedeu a Catarina Martins na coordenação do Bloco em maio deste ano - , a deputada bloquista admitiu estar contente.
"O BE tem muito alento para todas as eleições, é óbvio que cumprir o objetivo nesta primeira eleição é muito importante. Mas é ainda mais importante que o parlamento regional possa contar com a voz do BE", reforçou.
Mariana Mortágua considerou que o BE é "o principal partido a denunciar a catástrofe da habitação", tanto no Continente como na Região Autónoma da Madeira.
"Essa será a nossa prioridade. Se esta eleição e o crescimento do BE contribuir para soluções na habitação, então esse crescimento será útil e certamente que esta é uma confirmação desse crescimento", disse.
Mariana Mortágua trouxe na mão para a conferência de imprensa o primeiro 'pin' da campanha do BE na Madeira, dizendo que tinha prometido fazê-lo até o partido regressar ao parlamento regional.
"Vamos fazer ouvir a nossa voz no parlamento regional e faremos oposição a todas as políticas da direita, vamos falar contra os interesses instalados e contra o regime das negociatas", prometeu, deixando os parabéns ao cabeça de lista Roberto Almada e a toda a estrutura do BE.
O BE foi hoje a oitava força política mais votada nas eleições regionais da Madeira (atrás da coligação PSD/CDS-PP, PS, JPP, Chega, CDU, IL e PAN), com cerca de 3.000 votos (2,24%), segundo os dados provisórios da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.
Em 2019, o partido não elegeu qualquer deputado para a Assembleia Legislativa Regional da Madeira, com 1,74% (2.489 votos).
A coligação PSD/CDS-PP venceu hoje as eleições legislativas regionais da Madeira, mas falhou por um deputado a maioria absoluta, quando estão apuradas todas as freguesias, segundo dados oficiais provisórios.
De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, os sociais-democratas e os centristas obtiveram 43,13% dos votos (58.399 votos) e 23 lugares no parlamento regional, constituído por um total de 47 deputados.
[Notícia atualizada às 23h19]
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