Em comunicado assinado pelo presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, e pelo coordenador da Iniciativa Liberal Madeira, Nuno Morna, o partido reagiu ao anúncio de que a coligação PSD/CDS assinou com o PAN um acordo de incidência parlamentar para quatro anos, que permite a maioria absoluta no parlamento regional.
No comunicado, o partido diz ter sido contactado "a vários níveis pelo PSD" logo na noite eleitoral, no domingo, tendo respondido que "estaria disponível para conversar, como sempre esteve" e que em "nenhum momento" faria depender um acordo de quaisquer cargos ou funções.
Face à confirmação do acordo entre a coligação "Somos Madeira" (PSD/CDS) e o PAN, "a Iniciativa Liberal considera-se desobrigada de qualquer responsabilidade" e diz que vai "honrar na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira o compromisso assumido com os seus eleitores" e terá "uma posição de avaliação caso a caso de todas as propostas discutidas".
"As declarações já vindas a público, que indicam que o PSD-Madeira escolheu a via mais fácil, traduzem com rigor a natureza exigente e reformista da Iniciativa Liberal que, conclui-se, o PSD-Madeira não estava à altura de acompanhar", criticam os dirigentes da IL, dizendo que o PSD "preferiu uma governação condicionada por uma visão animalista do que baixar impostos às pessoas".
No comunicado, a IL salienta que, na noite eleitoral, se manifestou disponível para discutir "uma solução que pudesse melhorar a vida dos madeirenses, o que passaria sempre por redução de impostos, resolução das listas de espera na saúde e combate ao compadrio e corrupção".
"Após esses contactos, a IL afirmou perante o país que não seria por sua causa que a Madeira não teria estabilidade governativa e que existia disponibilidade para as partes discutirem, medida a medida, orçamento a orçamento, um governo estável e mais liberal para a Madeira, sendo que a Iniciativa Liberal deixou claro que em nenhum momento o faria depender de quaisquer cargos ou funções", disse.
Para a IL, o PSD poderia ter optado por "um caminho reformista, orientado para a liberdade económica, política e social", mas "acabou por decidir pela via proibicionista, sectária, limitadora da atividade económica associada ao turismo, dirigista e inimiga do mundo rural".
"Reduzir a carga fiscal e assegurar o combate à corrupção e uma maior transparência são áreas em que se percebe agora que o PSD teria grandes dificuldades em assumir compromissos, optando por sacrificar o interesse dos madeirenses e abdicando de qualquer tipo de coerência no país", criticam.
O partido anuncia ainda que, "em coerência cristalina com a sua posição", as primeiras propostas que a IL vai apresentar no Parlamento Regional "terão como objetivo reduzir a carga fiscal sobre os madeirenses e permitir o voto antecipado em mobilidade para conferir aos madeirenses os mesmos direitos políticos que os restantes portugueses já possuem".
O PAN assinou um acordo de incidência parlamentar de quatro anos com a coligação PSD/CDS-PP na Madeira, anunciou hoje a deputada eleita do partido, Mónica Freitas, viabilizando assim uma maioria absoluta no hemiciclo.
Pouco depois, o presidente do PSD/Madeira e do Governo Regional, Miguel Albuquerque, afirmou que este acordo com o PAN é "sério", mas não excluiu conversações também com a Iniciativa Liberal.
De acordo com os resultados oficiais provisórios, a coligação 'Somos Madeira' venceu no domingo as eleições legislativas regionais da Madeira, com 43,13% dos votos, mas falhou por um deputado a maioria absoluta, para a qual é necessário ter 24 dos 47 lugares do parlamento do arquipélago.
[Notícia atualizada às 17h39]
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