Ataque a Cordeiro? "Agora, temos estes clones de Greta por toda a parte"

Descrevendo as jovens como "três pastorinhas de Fátima do clima, que se permitem a agredir fisicamente alguém ao atirar bolas com cor", Sérgio Sousa Pinto ressalvou que "nada as move contra o cidadão Duarte Cordeiro", uma vez que "o problema ali é o político democrático, que representa o povo e que tem um mandato popular".

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Notícias ao Minuto
27/09/2023 09:30 ‧ 27/09/2023 por Notícias ao Minuto

Política

Sérgio Sousa Pinto

O deputado socialista Sérgio Sousa Pinto juntou-se ao coro de críticas contra as ativistas climáticas que, na terça-feira, atingiram o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, com bolas de tinta verde, durante uma conferência da CNN sobre transição energética em que participaram as empresas Galp e EDP.

Começando por apontar que o ataque das ativistas do grupo 'Primavera das Ocupas - Fim ao Fóssil' não teve “nada de controverso”, tendo sido, ao invés, “deplorável”, o membro do Partido Socialista (PS) considerou que esta é uma consequência da “infantil mitificação da jovem Greta Thunberg”.

“Achei deplorável, um sinal da degradação das coisas, e são fenómenos que tendem a ocorrer nas sociedades. Grupos radicais, fanatizados, que acham que se santificam com este tipo de ações. E se pudessem ser presas, ainda mais contentes ficavam, porque aí também eram mártires do clima. Isto é um processo em que entrámos com aquela infantil mitificação da jovem Greta Thunberg e, agora, temos estes clones de Greta por toda a parte, que acham que é assim que a democracia funciona”, disse, no seu espaço de comentário na CNN Portugal.

Descrevendo as jovens como “três pastorinhas de Fátima do clima, que se permitem a agredir fisicamente alguém ao atirar bolas com cor”, o comentador ressalvou que “nada as move contra o cidadão Duarte Cordeiro”, uma vez que “o problema ali é o político democrático, que representa o povo e que tem um mandato popular”.

“Agora, as três santinhas, não sei qual é mandato delas. Têm uma força superior; deve ser a natureza que as mandatou para virem atirar bolas de tinta para cima das pessoas”, ironizou.

PRR "é mais eficiente" pelo ambiente do que "atirar tinta a ministro"

O primeiro-ministro considerou hoje que a execução das verbas constantes no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é bem mais eficiente no combate às alterações climáticas do que atirar bolas de tinta verde a um ministro.

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Sérgio Sousa Pinto foi mais longe, tendo indicado que se as jovens “convidassem o ministro Duarte Cordeiro para conversar, para debater, para participar numa qualquer ação de consciencialização ambiental, ele participaria como democrata”.

“Agora, considerar que se pode desafiar um democrata, investido de poder de representação do povo, numa democracia como a nossa, procurar humilhá-lo, atirar-lhe coisas à cara, pergunto-me, quem é que estas pessoas pensam que são? São iluminadas? São mais sábias? São mais inteligentes? Têm o tal mandato superior?”, questionou.

"Este vai ser o último inverno de gás", "Não permitimos que vendam o nosso futuro" e "a Galp e a EDP não querem saber da transição justa" foram algumas das frases proferidas pelas ativistas que, pouco minutos após o ministro tomar a palavra na conferência de ontem, atingiram o governante com tinta verde.

A CNN Portugal avançou que as jovens foram intercetadas por agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) e pela equipa de segurança do ministro, tendo sido, depois retiradas da sala. A conferência foi interrompida brevemente, para o ministro trocar de roupa e a sala ser limpa.

Ato contra Duarte Cordeiro? "Péssimo serviço" à causa ambiental

O presidente da Assembleia da República condenou hoje o ataque com tinta contra o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, por parte de ativistas climáticas, considerando que prestaram um péssimo serviço à causa ambiental.

Lusa | 13:27 - 26/09/2023

Duarte Cordeiro retomou a sua intervenção sobre as metas e as políticas públicas para a transição energética minutos depois, brincando com a situação. "Pelo menos na cor acertaram, porque é uma cor que eu aprecio", afirmou, garantindo ter "compreensão por uma geração que quer fazer ouvir a sua voz que quer que o Governo acelerem aquilo que são as suas metas e quer procurar responder de forma mais objetiva".

"Eu não me queixo de manifestantes, queixo-me de determinadas formas de manifestação, que são intolerantes e têm como objetivo calar os outros. Quem faz isso contribui para que esta causa perca apoio social, faz com que haja menos pessoas a apoiar a causa", acrescentou.

O grupo de ativistas reagiu, depois, em comunicado, no qual acusaram o ministro de "compactuar com os criminosos" que estão a levar os jovens ao "colapso".

"Esta conferência é uma fachada para limpar a imagem das empresas que em Portugal estão a lucrar com as crises climática e de custo de vida. O ministro provou com a sua presença que prefere compactuar com os criminosos que nos estão a levar para o colapso do que garantir que nós, jovens que nascemos em crise climática, temos um futuro", afirmou Matilde Ventura, porta-voz da ação, na nota.

Leia Também: "Péssimo serviço" à causa e à "democracia". Reações ao ataque a Cordeiro

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