"Causa-me alguma apreensão, mas vamos esperar para ver. Nós achamos que um governo deve ser para durar uma legislatura. A mim, sinceramente, não tenho essa confiança que assim seja, mas vamos esperar para ver", disse.
Miguel Castro falava aos jornalistas no Palácio de São Lourenço, no Funchal, depois de ter sido recebido pelo representante da República, Ireneu Barreto, que começou hoje a ouvir os partidos que conseguiram representação parlamentar depois das eleições legislativas regionais de domingo.
Sublinhando que o "Chega quer estabilidade governativa" e que a Madeira "cresça economicamente" para que "os madeirenses e porto-santenses tenham uma vida melhor", o líder do partido na região frisou, no entanto, que o "ceticismo" com o acordo de incidência parlamentar com o PAN "é pessoal".
Miguel Castro indicou, por outro lado, não ter ainda entendido se o acordo foi com o PAN ou com a deputada eleita pelo PAN, considerando a instabilidade interna naquele partido, já que o porta-voz da comissão política regional, Joaquim Sousa, afirma ser ilegal.
"Faço votos para que seja uma legislatura estável, porque as legislaturas estáveis são sempre melhores para os cidadãos", disse, para logo acrescentar: "Quero é o bem-estar dos madeirenses e porto-santenses, é isso que me interessa. Não me interessa o resto. Quem está na política tem que ter responsabilidades políticas para assumir os seus compromissos".
O líder e deputado eleito do Chega reafirmou, por outro lado, que o partido não está disponível para fazer acordos com o PSD.
"Dissemos durante a campanha que, para haver um tango, os dois têm de dançar. Miguel Albuquerque, o presidente do PSD, disse que não estava disponível. Nós dissemos que, obviamente, também não estávamos", disse, referindo que o Chega vai respeitar o cenário escolhido pelo PSD e que o partido, que elegeu quatro deputados nas eleições de domingo, vai "entrar na Assembleia para defender os madeirenses e porto-santenses".
A coligação PSD/CDS-PP venceu no domingo as legislativas regionais, mas ficou a um deputado da maioria absoluta, tendo sido anunciado na terça-feira um acordo de incidência parlamentar com o PAN, que conseguiu um mandato.
Nas eleições de domingo, a coligação PSD/CDS-PP elegeu 23 deputados, o PS 11, o JPP cinco e o Chega quatro, enquanto a CDU (PCP/PEV), o BE, o PAN e a IL elegeram um deputado cada.
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