O secretário-geral do Partido Socialista (PS), António Costa, discursa na manhã deste sábado na abertura da Comissão Nacional do partido, em Lisboa, destacando a guerra no Médio Oriente.
"O mundo vive momentos muito exigentes. Ainda há muito pouco tempo estávamos todos fechados com uma pandemia, logo a seguir rebentou uma terrível guerra na Europa, resultante da forma como a Rússia, violando o direito internacional, invadiu a Ucrânia e procurou destruir a Ucrânia. Mas enquanto essa guerra prossegue, um brutal atentado terrorista desencadeado pelo Hamas produziu vítimas de uma forma bárbara em Israel", começou por dizer o também primeiro-ministro, destacando que esta guerra "é algo que é absolutamente intolerável e que merece toda a nossa solidariedade".
Costa reconheceu que Israel tem "o direito em se defender", "não só impedindo ações terroristas no seu território, mas também agindo militarmente para destruir a capacidade do Hamas de voltar a repetir estes ataques". Contudo, deixou críticas à atuação de Telavive.
"As guerras são sempre horríveis, mas têm de obedecer às regras do direito internacional. Hoje, num mundo que se quer civilizado, mesmo a guerra está sujeita à lei, sujeita aos princípios do direito humanitário e não há guerra possível em qualquer ponto do mundo onde seja aceitável que não haja o respeito pelo primar do direito internacional", salientou.
António Costa ressalvou que Portugal "sabe bem" porque é que o respeito pelo direito internacional "é fundamental", que é "aquilo que contraria a lei do mais forte" e "assegura que os princípios da comunidade são sempre preservados", referindo-se ao caso de Timor-Leste.
"Houve sempre coerência na defesa do direito internacional e à frente dessa batalha esteve o atual secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres", dando conta que "não há vidas humanas que sejam dispensáveis e vidas humanas que mereçam maior proteção do que outras" e, por isso, "com a mesma legitimidade com que na madrugada do dia 24 de fevereiro de 2022 condenamos inequivocamente o ataque da Rússia à Ucrânia, condenamos da mesma forma o ataque terrorista do Hamas e a forma brutal como vitimou o povo israelita".
"Hoje condenamos com a mesma convicção, autoridade e determinação que o direito à defesa tem de ser exercido com o escrupuloso respeito pelo direito humanitário, pelo direito internacional e que não é possível confundir um grupo terrorista com o povo palestiniano", evidenciou Costa.
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