IL pede que sejam "apuradas suspeitas" levantadas por caso de gémeas

Em causa está o tratamento de quatro milhões de euros que duas bebés luso-brasileiras com atrofia muscular espinhal receberam no Hospital de Santa Maria, em 2019. Rui Rocha pede que justiça atue, entendendo que é necessário esclarecer de onde veio uma eventual pressão política a favor da aplicação do tratamento.

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© Paulo Spranger /Global Imagens

Notícias ao Minuto
05/11/2023 11:21 ‧ 05/11/2023 por Notícias ao Minuto

Política

IL

O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, defendeu, este domingo, que a justiça deve atuar no caso de duas bebés luso-brasileiras com atrofia muscular espinhal que receberam tratamento no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, considerando que "suspeitas de interferências políticas ao mais alto nível a impedir um correto uso dos recursos" do Serviço Nacional de Saúde (SNS) "constituem acusações gravíssimas que devem ser integralmente apuradas". 

"O Senhor Presidente da República já veio garantir que não interferiu na decisão de realizar o tratamento com custo de 4 milhões no Hospital de Santa Maria. Sendo assim, quem tomou a decisão de o realizar contra o entendimento dos médicos responsáveis?", começou por questionar Rui Rocha, numa publicação divulgada na rede social X (antigo Twitter).

"De onde veio a pressão política que desautorizou a decisão clínica? Há casos idênticos a quem o tratamento foi negado? E como se justifica que tenham desaparecido documentos do processo no Hospital? O senhor primeiro-ministro teve conhecimento deste caso? E a ministra da Saúde de então e o secretário de estado, qual foi o papel que tiveram?", acrescentou ainda.

Frisando que o SNS "está em colapso" e que há dezenas de serviços "encerrados ou fortemente condicionados", o líder da IL pede que sejam investigadas as suspeitas de "interferências políticas ao mais alto nível", que possam impedir um "correto uso" dos serviços públicos de saúde, incluindo "a sua eventual dimensão criminal" com envolvimento do Ministério Público (MP).

"O SNS tem mais 6 mil milhões de euros desde 2015 e mesmo assim está em colapso. Há problemas graves de gestão que impedem que mesmo gastando muito mais os portugueses possam ter um serviço de qualidade. Neste preciso momento há cerca de 30 unidades hospitalares com serviços e urgências encerrados ou fortemente condicionados. Em muitas zonas do país, o acesso a cuidados urgentes em áreas como ortopedia ou pediatria só está disponível a uma distância de várias dezenas ou mesmo centenas de quilómetros. É fundamental perceber ao detalhe porquê", escreveu Rui Rocha.

"Suspeitas de interferências políticas ao mais alto nível a impedir um correto uso dos recursos do SNS constituem acusações gravíssimas que devem ser integralmente apuradas, incluindo a sua eventual dimensão criminal com o Ministério Público a assegurar todas as diligências pertinentes", concluiu.

Recorde-se que em causa está uma reportagem transmitida na sexta-feira pela TVI que refere que o hospital de Santa Maria "abriu uma auditoria para perceber como é que duas gémeas que vivem no Brasil receberam em Lisboa um tratamento de quatro milhões de euros", havendo "suspeitas de que isso tenha acontecido por influência do Presidente da República".

Marcelo Rebelo de Sousa já negou que tivesse intercedido junto do Hospital de Santa Maria, ou de qualquer outra entidade, para que as crianças pudessem beneficiar de tratamentos no SNS. 

"O que está ali em causa é o seguinte, o Presidente da República interferiu ou não interferiu? Eu ontem disse que não tinha feito isso. Se tivesse feito, eu tinha dito: 'fiz isso'. Não, não fiz. Não falei ao primeiro-ministro, não falei à ministra, não falei ao secretário de Estado, não falei ao diretor-geral, não falei ao presidente do hospital, nem ao conselho de administração, não falei", disse o chefe de Estado.

O Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) confirmou, no sábado, que recebeu uma carta dos neuropediatras daquele centro hospitalar a propósito do caso das duas bebés, adiantando apenas que "o caso seguirá a sua tramitação interna".

Leia Também: "Cunha" para tratar gémeas? CHULN confirma carta de neuropediatras

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