Gémeas? "Conhecemos bem Marcelo e a sua honestidade em toda a prova"

Paulo Rangel defende que o caso de alegada 'cunha' de Marcelo não faz "sentido" para quem conhece o "historial de vida" do chefe de Estado. Por outro lado, considera que há necessidade de uma "investigação séria" ao assunto.

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Carmen Guilherme com Lusa
07/11/2023 08:14 ‧ 07/11/2023 por Carmen Guilherme com Lusa

Política

Paulo Rangel

O social-democrata Paulo Rangel defendeu, esta segunda-feira, que é preciso "separar" o Presidente da República do caso das gémeas que vivem no Brasil e receberam um tratamento de quatro milhões de euros no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, defendendo que Marcelo já deu provas da sua "honestidade", "testada ao longo de mais de 50 anos de vida pública".

"As pessoas têm uma história e têm um trajeto e o Presidente da República é conhecido por ser uma pessoa de uma honestidade a toda a prova, seja no domínio financeiro, seja nesse domínio das influências", começou por dizer o vice-presidente do PSD, em declarações na CNN Portugal, num comentário ao caso de uma alegada 'cunha' no tratamento das crianças.

"É uma coisa que não tem, sinceramente, sentido absolutamente nenhum para quem o conhece e para quem conhece o seu historial de vida", acrescentou.

Para o também eurodeputado, "uma coisa" é o chefe de Estado ser "invocado por alguém", outra "é o próprio ter algumas interferência". "Devo dizer, pura e simplesmente, considero isso uma coisa completamente fora de propósito e choca-me que se esteja a insistir tanto nesse ponto", defendeu.

Desta forma, Rangel reiterou que Marcelo é conhecido pela sua "honestidade", já "testada" ao longo dos anos.

"Nos conhecemos bem o professor Marcelo Rebelo de Sousa e conhecemos até os seus defeitos e as suas qualidades, mas há uma coisa que é a sua honestidade a toda à prova e, como eu digo, em vários domínios, e que está testada ao longo de mais de 50 anos de vida pública", frisou. "Do meu ponto de vista, é uma coisa séria e grave porque visa diminuir o Presidente da República, numa altura em que precisamos muito que ele esteja bastante ativo", completou.

Por outro lado, o social-democrata defende que "há realmente necessidade de uma investigação séria sobre este assunto", que considera "altamente preocupante". Rangel reconhece que "qualquer pessoa que esteja em necessidade precisa de apoio", mas "tem de fazê-lo segundo as regras".

"Esta intervenção foi validada por médicos. Em que termos? Como? Que médicos? Porque algum há de ter decidido ceder se às pressões se à pressão. Esse médico também nunca deveria ter cedido, nem que isso tivesse um custo enorme", rematou.

Em causa, recorde-se, está uma reportagem da TVI, transmitida na sexta-feira, segundo a qual duas gémeas luso-brasileiras vieram a Portugal em 2019 receber o medicamento Zolgensma, - um dos mais caros do mundo -- para a atrofia muscular espinhal, que totalizou no conjunto quatro milhões de euros.

Segundo a TVI, há suspeitas de que isso tenha acontecido por influência do Presidente da República, que já negou qualquer interferência no caso.

"Quando as gémeas luso-brasileiras chegaram ao Hospital de Santa Maria para receber o tratamento de quatro milhões de euros para a atrofia muscular espinhal, os neuropediatras opuseram-se e dirigiram, em novembro de 2019, uma carta ao então presidente do conselho de administração, Daniel Ferro, a dar contas das suas razões, da falta de dinheiro e pelo facto de as crianças já estarem a receber tratamento no Brasil", refere a TVI. Adianta que o documento desapareceu nestes quatro anos, mas, após a reportagem, reapareceu.

Numa nota enviada no domingo às redações, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte confirma a receção de uma carta dos neuropediatras do CHULN e que "o caso seguirá a sua tramitação interna".

Na segunda-feira, o centro hospitalar esclareceu à Lusa que a carta que recebeu é uma nova carta, mas com o mesmo conteúdo da que foi enviada em 2020 ao Conselho de Administração e que desapareceu.

Segundo a mesma fonte, o caso será encaminhado para o Gabinete Jurídico do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte.

Por sua vez, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) anunciou ontem que abriu um processo de inspeção ao caso.

Leia Também: IGAS abre inspeção ao caso das gémeas tratadas no Santa Maria

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