"Alternativa". Vital Moreira sugere "nomeação de governo interino do PS"

O primeiro-ministro, António Costa, pediu a demissão ao Presidente da República, que a aceitou. Futuro do país está agora nas mãos de Marcelo.

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Notícias ao Minuto
07/11/2023 23:59 ‧ 07/11/2023 por Notícias ao Minuto

Política

Crise política

O antigo eurodeputado Vital Moreira comentou, esta terça-feira, a nova crise política que se formou após a demissão de António Costa, sugerindo a "nomeação de um governo interino do PS".

No blogue Causa Nossa, afirmou que "a solução mais lógica para uma crise política aberta pela demissão do primeiro-ministro seria a indicação de novo PM pelo PS, como sucedeu em 2004 com a demissão de Durão Barroso".

O antigo deputado à Assembleia da República, tanto pelo PCP como pelo PS, frisou que o Governo "goza de uma maioria parlamentar monopartidária obtida diretamente em eleições", e que "não seria difícil a AC [António Costa] indicar para o cargo uma personalidade credível fora do atual Governo".

Para Vital Moreira, tal solução "pouparia o país a mais uma prolongada crise política, com as consequências inerentes", nomeadamente a não aprovação do Orçamento e o adiamento da atualização de remunerações e pensões e da baixa do IRS, a "suspensão da reforma do SNS" e outras reformas em curso, a "semiparalização dos investimentos do PRR", entre outros.

"Uma perspetiva assaz inquietante, que devia merecer uma ponderação séria no país", refletiu. Contudo, prosseguiu no mesmo post, "as coisas podem ir mesmo para a dissolução parlamentar e a convocação de eleições". 

"Vão nesse sentido quer o compromisso originário do Presidente da República de antecipar eleições, caso o primeiro-ministro viesse a deixar o cargo, quer o alinhamento oportunista de todos os partidos da oposição nessa solução, à espera de algum ganho da provável perda de posições eleitorais do PS", pode ler-se.

Além disso, discorreu, "um Governo do PS sem Costa não teria a mesma autoridade política nem na AR, nem perante o PR, nem face aos poderosos grupos de interesse, ficando sob permanente acusação de falta de legitimidade eleitoral e eventualmente exposto aos 'efeitos colaterais' da investigação dos ilícitos que são alegadamente imputados ao PM e seus ministros e colaboradores mais chegados".

A tudo isto, prosseguiu, junta-se o "habitual julgamento na praça pública, sem direito a defesa, nem a recurso (com a usual cooperação 'discreta' do MP)".

"Enfim, preparemo-nos para o pior. Desta crise nada indica, pelo contrário, que o país venha a ser poupado a pagar uma pesada fatura", afirmou ainda o antigo eurodeputado que finaliza dizendo que "uma solução alternativa porventura menos má do que a dissolução imediata, com as consequências acima assinaladas, poderia ser a nomeação de um governo interino do PS, apenas para fazer aprovar o Orçamento e tomar outras medidas mais instantes para evitar a paralisação o País".

Assim, seria possível "adiar as eleições parlamentares para junho, junto com as europeias". Contudo, para isso seria necessário "pelo menos a não oposição do PSD, como principal partido da oposição, o que se não afigura muito viável, tendo em conta a radicalização recente das suas posições, em competição com a IL e o Chega".

O primeiro-ministro, António Costa, pediu hoje a sua demissão ao Presidente da República, que a aceitou, após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.

Numa declaração no Palácio de São Bento, António Costa recusou a prática "de qualquer ato ilícito ou censurável" e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça "em tudo o que entenda necessário".

O Presidente da República convocou para quarta-feira os partidos para uma ronda de audiências no Palácio de Belém, em Lisboa, e vai reunir o Conselho de Estado na quinta-feira.

Leia Também: Crise política nas mãos de Marcelo após queda surpresa de Costa

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