"No atual quadro político e institucional, a única solução que existe para dar resposta a esse problema é a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições", declarou o secretário-geral do PCP aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa.
Paulo Raimundo acrescentou que, "se o caminho for esse", o PCP defende "um calendário muito semelhante" ao da dissolução da Assembleia da República decretada no fim de 2021, com a convocação de eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro.
"Esse calendário devia servir de referência para a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições", reiterou.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, está hoje a ouvir os oito partidos com assento parlamentar para uma eventual dissolução do parlamento, depois da demissão do primeiro-ministro, na terça-feira.
Sobre a posição do PCP quanto à aprovação ou não da proposta de Orçamento do Estado para 2024, Paulo Raimundo respondeu: "Aquilo que se exige não é estarmos de volta de um Orçamento que é mau, mas sim o que se exige é, indo para eleições antecipadas, criar todas as condições para que na futura Assembleia da República haja um reforço da CDU e do PCP de maneira a contribuir para um Orçamento bom".
Questionado se o Presidente da República já tomou uma decisão, o secretário-geral do PCP disse não ter "a pretensão" de que Marcelo Rebelo de Sousa tenha "já tenha tomado a decisão" e que "está a fazer o que deve fazer", a ouvir os partidos hoje e depois o Conselho de Estado, antes de falar ao país.
Na sua declaração inicial perante a comunicação social, Paulo Raimundo manifestou "inquietações" com questões como "aumento dos salários e das pensões" e "do acesso à habitação, do acesso à saúde, do acesso à justiça" e apelou a um "reforço do PCP e da CDU" para que se forme "uma alternativa política que responda a esses problemas".
Marcelo Rebelo de Sousa comunicou que "falará ao país imediatamente a seguir à reunião do Conselho de Estado", que está marcada para quinta-feira às 15:00.
António Costa apresentou a demissão de primeiro-ministro na terça-feira, que o chefe de Estado aceitou, depois de buscas em vários gabinetes do Governo realizadas no âmbito de investigações sobre projetos de lítio e hidrogénio e de o Ministério Público ter anunciado que é alvo de inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça.
[Notícia atualizada às 17h16]
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