IL quer eleições no "fim de janeiro" e recusa coligações pré-eleitorais

O presidente da IL defendeu hoje a realização de eleições antecipadas no fim de janeiro como "única solução" após a demissão do primeiro-ministro, preferia que o Orçamento não entrasse em vigor e recusou qualquer coligação pré-eleitoral.

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Lusa
08/11/2023 17:22 ‧ 08/11/2023 por Lusa

Política

Demissão de Costa

Rui Rocha falava aos jornalistas no Palácio de Belém, onde o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, está hoje a ouvir os oito partidos com assento parlamentar para uma eventual dissolução do parlamento, após a demissão de António Costa, na terça-feira.

"A nossa convicção é que a única solução neste momento é a convocatória de eleições. Esta eleição deve ser feita mais cedo do que tarde, há questões de calendário, as festas natalícias", disse, considerando que "a partir de fim de janeiro" seria uma altura adequada para o sufrágio.

Questionado se a IL entende que o Presidente da República deve ajustar o calendário da demissão do Governo e da dissolução de forma a fazer a votação final global do Orçamento do Estado para 2024, em 29 de novembro, Rui Rocha assegurou que o partido "não fará finca-pé" sobre esta questão.

"A nossa perspetiva é que era melhor que este Orçamento não entrasse em vigor, mas não queremos que isso seja o núcleo da discussão política, o importante é que os portugueses sejam chamados a escolher uma nova solução política", disse.

Questionado se admite abrir uma exceção à regra fixada na moção com que foi eleito, na qual recusa coligações pré-eleitorais, o líder da IL afastou essa possibilidade.

"Somos um partido responsável e sempre disponível para o país, mas do ponto vista pré-eleitoral não temos nenhuma disponibilidade para entendimentos", disse, acrescentando não ter "nenhum dados" sobre qual será a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa sobre este ponto.

À pergunta se considera ser uma possibilidade a não convocação de eleições face a esta demissão de António Costa, o líder da IL lembrou a posição do Presidente da República no início da legislatura, que considerou ter sido "absolutamente claro" ao ligar a continuidade do Governo à do atual primeiro-ministro.

Rui Rocha desvalorizou, de forma irónica, a hipótese de o Presidente da República convidar o PS a indicar outra personalidade a assumir a chefia do Governo.

"Eu valorizo muito a criatividade jurídica e que haja quem mantenha sentido de humor, mas isso parece-me absolutamente inviável", disse.

Para o líder da IL, esta demissão do primeiro-ministro "abre uma oportunidade de esperança" e de o país "abrir um novo capítulo virado para o crescimento, progresso social e económico".

Marcelo Rebelo de Sousa comunicou que "falará ao país imediatamente a seguir à reunião do Conselho de Estado", que está marcada para quinta-feira às 15:00.

O primeiro-ministro, António Costa, pediu na terça-feira a demissão ao Presidente da República, que a aceitou.

António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo sobre negócios de lítio e hidrogénio terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos nos projetos investigados.

[Notícia atualizada às 17h53]

Leia Também: "Não há outra solução" sem ser dissolução do Parlamento e eleições

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