Pedro Nuno Santos, antigo ministro das Infraestruturas e Habitação e ex-secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, tem sido apontado nos últimos anos como um dos prováveis sucessores de António Costa no cargo de secretário-geral do PS, posicionando-se na ala esquerda do partido.
Além do deputado eleito por Aveiro, também o ministro da Administração Interna e ex-secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, é candidato à liderança dos socialistas, associado à ala moderada.
Em julho, Pedro Nuno Santos regressou à Assembleia da República para assumir o lugar de deputado pelo círculo de Aveiro na bancada socialista, seis meses depois de se ter demitido do Governo para "assumir a responsabilidade política" do caso da indemnização de 500 mil euros paga pela TAP à ex-secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis para deixar a companhia aérea.
Além deste caso, o ex-ministro esteve diretamente envolvido noutra polémica quando, em junho do ano passado, publicou uma portaria sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa sem conhecimento prévio do primeiro-ministro e em contradição direta com a garantia por este deixada de que a escolha por parte do Estado seria feita através de um processo consensualizado com o PSD.
Licenciado em Economia, Pedro Nuno Santos foi secretário-geral da Juventude Socialista (JS) entre 2004 e 2008, sob a liderança de José Sócrates no PS, é deputado desde 2005, e foi apoiante e depois opositor do ex-líder António José Seguro.
Foi também secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares logo no primeiro executivo, da denominada "geringonça", período em que um executivo minoritário do PS contou com uma solução inédita de suporte parlamentar de PCP, BE e PEV, entre 2015 e 2021.
Pedro Nuno Santos começou a posicionar-se como potencial candidato à sucessão de António Costa já há cinco anos, no congresso de 2018.
As eleições diretas para a sucessão de António Costa no PS estão marcadas para 15 e 16 de dezembro -- em simultâneo com a eleição de delegados -- e o congresso está previsto para 06 e 07 de janeiro.
Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da demissão do primeiro-ministro, no passado dia 07 de novembro.
António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público (MP) no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo relacionado com negócios sobre o lítio, o hidrogénio verde e um centro de dados em Sines terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos.
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