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PCP e PAN criticam governador do Banco de Portugal

O PAN acusou hoje o governador do Banco de Portugal de "não conseguir despir a camisola do PS", enquanto o PCP considerou que "o que se exige" a Mário Centeno "é que defenda os interesses de Portugal".

PCP e PAN criticam governador do Banco de Portugal
Notícias ao Minuto

17:04 - 13/11/23 por Lusa

Política Governo/Crise

Em declarações aos jornalistas no parlamento, a deputada única do PAN, Inês de Sousa Real, defendeu que o governador do Banco de Portugal "deve ponderar se tem ou não condições para a continuidade no cargo", alegando que "não reúne neste momento a equidistância e a independência que se exige ao governador do Banco de Portugal".

"O que nos garante que [Mário Centeno] não está a defender os interesses do PS e os seus interesses, em vez dos interesses dos portugueses? Ficou claro que, além de não despir a camisola do PS, não está a defender os interesses do país", acrescentou a deputada, indicando que o governador do Banco de Portugal "está claramente a posicionar-se politicamente, ao invés de estar focado na sua função".

Inês de Sousa Real disse que o seu partido foi "muito crítico aquando da nomeação" de Mário Centeno e que, "desde que foi nomeado, não existem condições de independência".

Já o deputado do PCP Duarte Alves, considerou que "aquilo que se tem passado nos últimos tempos não constitui nenhuma novidade" e que, "independentemente de quem esteja no cargo de governador do Banco de Portugal, o que se exige é que defenda os interesses de Portugal e dos portugueses".

Quando questionado sobre se as declarações do governador do Banco de Portugal são um problema, Duarte Alves vincou que o que preocupa o PCP "são as políticas de Mário Centeno" e que as questões que o envolvem estão a ser avaliadas pela comissão da ética" no banco central.

No entender dos comunistas, o que é problemático é a forma como Mário Centeno "tem sido uma sucursal do Banco Central Europeu (BCE) e a forma como tem permitido o aumento das prestações das casas e das comissões bancárias".

"O maior problema quando se fala de independência do Banco de Portugal é de independência face ao setor que é regulado e aquilo que temos visto é a submissão do Banco de Portugal e do seu governador, aos interesses da banca", acrescentou.

O governador do Banco de Portugal é designado por resolução do Conselho de Ministros, sob proposta do membro do Governo responsável pelas Finanças, e após parecer da Assembleia da República.

Em declarações ao jornal Financial Times, no domingo, o governador do Banco de Portugal afirmou que teve "um convite do Presidente e do primeiro-ministro para refletir e considerar a possibilidade de liderar o Governo" e que estava "muito longe de tomar uma decisão".

Pouco depois, numa nota publicada hoje de madrugada no seu sítio oficial na Internet, o Presidente da República negou ter convidado quem quer que seja para chefiar o Governo, incluindo o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, ou autorizado qualquer contacto para este efeito.

Mário Centeno esclareceu esta manhã, em comunicado, que não foi convidado por Marcelo Rebelo de Sousa para chefiar o Governo.

"É inequívoco que o senhor Presidente da República não me convidou para chefiar o Governo", já que optou por dissolver a Assembleia da República, afirmou o governador.

No comunicado divulgado hoje no site do regulador bancário, o governador esclarece que na sequência dos eventos desencadeados com a demissão do primeiro-ministro, António Costa, na terça-feira, "este" convidou-o "a refletir sobre as condições que poderiam permitir que assumisse o cargo de primeiro-ministro".

"O convite para essa reflexão resultou das conversas que o senhor primeiro-ministro teve com o senhor Presidente da República", referiu, indicando que "nunca houve uma aceitação do cargo, mas apenas uma concordância em continuar a reflexão e finalizá-la em função da decisão que o senhor Presidente da República tomaria".

Leia Também: IL defende demissão de Centeno e pede antecipação das eleições

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