"Isto descredibiliza as instituições e a tal ética republicana de que o PS tanto fala. Onde está, onde andas, ó ética republicana do PS?", questionou Paulo Rangel, perante o 41.º Congresso do PSD, que decorre em Almdada, Setúbal.
Paulo Rangel argumentou que a imagem internacional do país foi prejudicada por uma "sucessão de escândalos e casos" dando como exemplo "a imagem de alguém que trata dos assuntos da TAP" por "whatsapp" [rede social], numa alusão ao ex-ministro e atual candidato a secretário-geral do PS Pedro Nuno Santos.
Noutro exemplo da degradação das instituições, Rangel criticou o primeiro-ministro, António Costa, por "não ter hesitado", depois da sua demissão, "em mandar o ministro das Infraestruturas" [João Galamba] defender a proposta de Orçamento do Estado para 2024 no parlamento.
"Com liderança, com uma direção clara, nós vamos restaurar a credibilidade das instituições e o prestigio de Portugal aqui e fora do país", declarou.
Rangel elogiou Luís Montenegro, frisando que "disse sim ao país" quando o horizonte de novas eleições legislativas era de quatro anos por estar "inconformado com a situação" a que Portugal chegou.
"Eu acreditei", afirmou Rangel, numa referência ao lema da campanha interna de Montenegro: "Acreditar".
Agora, com eleições anunciadas para 10 de março, Rangel assegurou que o PSD "está preparado" para governar e disse que só há duas alternativas: "ou manter o PS ou mudar para o PSD".
O dirigente social-democrata elencou as áreas em que o partido apresentou propostas alternativas, da educação à saúde, passando pela política fiscal e habitação, nos últimos dois anos, e assinalou que o PSD fez oposição e criticou o primeiro-ministro, António Costa, e também "Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro", ex-governantes e atuais candidatos a secretário-geral do PS.
O 1.º vice-presidente social-democrata disse que o PSD "está preparado para oferecer uma alternativa com um líder", Luís Montenegro, mas também uma equipa com pessoas dos "quadros do partido mas também da sociedade civil", com "gente que esteve noutros partidos e com gente que nunca teve partido".
Quanto ao programa com que o PSD se apresentará, Rangel disse que contempla "todas as áreas essenciais" mas também o "desígnio de recuperar a credibilidade e o prestígio das instituições".
O 41.º Congresso do PSD foi convocado com o objetivo principal de rever os estatutos, mas a crise política transformou o conclave num pontapé de saída para a campanha eleitoral para as legislativas antecipadas.
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