Cavaco uniu em torno de Montenegro. Assim foi o congresso do PSD
A presença de Cavaco Silva no 41.º Congresso do PSD foi o ponto alto de uma reunião apostada em mostrar unidade em torno de Luís Montenegro, que prometeu fazer mais para ganhar as eleições de março.
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Política PSD/Congresso
O 41.º Congresso do PSD, em Almada, tinha sido convocado para aprovar alterações estatutárias mas logo cedo o presidente da mesa, Miguel Albuquerque, pediu para os congressistas se centrarem "no essencial" e que este congresso fosse sobretudo político.
Aprovados os estatutos, por maioria, de manhã, a tarde foi de intervenções políticas em ambiente pré-eleitoral em que o PS e, em particular, o candidato a secretário-geral Pedro Nuno Santos foram o alvo principal das críticas dos sociais-democratas.
Na sua primeira intervenção, Luís Montenegro agitou como "ameaça" a ideia de uma nova `geringonça´ caso o PS vencesse as eleições antecipadas de 10 de março com Pedro Nuno Santos - apontado como radical de esquerda - como primeiro-ministro.
Montenegro falou de um PSD que não se abriu aos extremismos e é "casa segura" e "porto de abrigo" até para os votos dos socialistas moderados, posicionando-se entre os radicalismos, de direita ou de esquerda.
Com o lema "Unir Portugal", o 41.º Congresso foi palco para intervenções de nomes fortes no partido, alguns que não o faziam há muito, como José Luís Arnaut, antigo secretário-geral, e Carlos Moedas, Aguiar-Branco ou Morais Sarmento, que ofereceu a Montenegro um "pin" que alegou ter sido usado por Sá Carneiro na sua primeira vitória eleitoral.
O ponto alto deste "toque a reunir" laranja no Complexo Municipal dos Desportos da Cidade de Almada foi a entrada do ex-líder, antigo primeiro-ministro e ex-Presidente da República Cavaco Silva, que aceitou o convite para marcar presença no Congresso, surpreendendo os delegados e a comunicação social, que não tinha sido avisada.
Entre os "notáveis" do partido também marcaram presença Manuela Ferreira Leite e Leonor Beleza, que não discursaram, e o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, que fez uma das intervenções mais aplaudidas, ao declarar que o PSD venceu o socialismo na capital e que também o fará a nível nacional.
O 1.º vice-presidente do PSD, Paulo Rangel, que à entrada considerou que o PSD está, como está sempre, obrigado a ganhar as eleições, disse perante o Congresso que o PSD tem o desígnio de recuperar a credibilidade e o prestígio das instituições, depois de oito anos de governação do PS com uma "sucessão de escândalos e casos".
No encerramento - antecipado em meia hora por Miguel Albuquerque, com vários delegados ainda inscritos para falar - Luís Montenegro deixou uma promessa: "colocar a referência do complemento solidário para idosos nos 820 euros".
Sobre a atual crise política, Montenegro, tal como outros delegados, defenderam que o Governo não caiu por causa de um processo judicial mas "caiu de podre" e acusou os socialistas de instrumentalizarem a justiça para taparem "erros políticos".
Perante o congresso, Luís Montenegro disse ainda ter consciência de que as pessoas esperam mais de si do que aquilo que foi capaz de mostrar até agora, prometendo fazer mais e estar à altura do legado de Cavaco Silva.
Por seu lado, já de saída, Cavaco Silva ainda disse aos jornalistas que não compareceu para dar lições a ninguém, mas para ouvir Luís Montenegro.
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