"Estamos com um gravíssimo problema de habitação na Madeira e a proposta do CDS é que se aplique 100 milhões de euros do orçamento regional, 5% do investimento público anual na construção de habitação social para os mais desfavorecidos, na construção a custos controlados de casas para a classe média e para os jovens", defendeu o cabeça de lista do CDS-PP às eleições regionais antecipadas de dia 23, José Manuel Rodrigues, durante um jantar de campanha, no Funchal.
Salientando que não podem continuar a existir situações como a que conheceu hoje de pessoas a viver "dentro do carro porque não têm uma casa", José Manuel Rodrigues disse ser tempo de acabar com estes "dramas sociais".
Por outro lado, acrescentou, a primeira prioridade da governação na Madeira deve ser "uma melhor distribuição da riqueza", que se faz com medidas como o aumento dos salários, a redução dos impostos sobre o trabalho ou apoiando os jovens quando entram no mercado de trabalho.
"Estamos numa sociedade em que quem mais trabalha é castigado com mais impostos e isto é um desincentivo a que as pessoas se esforcem e muitos deles, infelizmente, são relegados para as prestações sociais e para viver de subsídios da segurança social", lamentou, insistindo ser necessário valorizar o trabalho, "premiar o mérito, premiar o esforço, premiar aqueles que mais trabalham".
Por isso, é necessário mudar o sistema fiscal, "reduzir os impostos sobre quem trabalha para premiar esse mérito, esse esforço, esse suor de quem trabalha dia a dia e merece ser recompensado pelo Estado", acrescentou.
José Manuel Rodrigues, que é também líder do CDS-PP/Madeira, deixou ainda um apelo ao voto no dia 23, sublinhando que apesar de todas as palavras de incentivo que ouve diariamente na rua, "não basta a simpatia".
"É preciso que o CDS tenha poder de influenciar as políticas públicas na Madeira", defendeu.
Em 2019, o CDS-PP estabeleceu um acordo de governação com o PSD, partido que governa a região autónoma desde 1976, indicando dois secretários regionais e garantido a presidência da Assembleia Legislativa da Madeira, cargo que continua a ser desempenhado por José Manuel Rodrigues.
Em setembro de 2023, os partidos concorreram coligados, mas não obtiveram a maioria absoluta e formaram governo com apoio do PAN.
Já nas eleições antecipadas de maio de 2024, avançaram sozinhos, mas assinaram um acordo de incidência parlamentar, insuficiente para assegurar a maioria absoluta, tendo o PSD formado um governo minoritário, o primeiro na história da autonomia.
Às legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, concorrem 14 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, o social-democrata Miguel Albuquerque - e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
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