Dirigentes do Partido Comunista Português e do Partido Ecologista "Os Verdes" estiveram hoje reunidos na sede deste partido, junto à Assembleia da República, em Lisboa.
Em declarações à Lusa no final do encontro, o secretário-geral do PCP confirmou que os dois partidos vão voltar a integrar a Coligação Democrática Unitária (CDU) nas próximas eleições legislativas.
"Estamos com grande confiança que vamos crescer, vamos aumentar o número de deputados, vamos ter mais votos e, em consequência disso, vamos reforçar não só o grupo parlamentar do PCP, como possibilitar, com esse crescimento, que o PEV regresse ao parlamento", afirmou.
Questionado sobre as listas de candidatos a deputados, Paulo Raimundo indicou que existe "uma grelha histórica do ponto de vista da elaboração das listas" e que os dois partidos estão a trabalhar "nessa base".
Paulo Raimundo considerou que esta reunião com o seu "aliado" ainda "ganha mais relevância, mais importância", no quadro da situação política nacional que o país atravessa, depois da demissão do primeiro-ministro e do anúncio da dissolução do parlamento e marcação de eleições antecipadas.
O comunista sublinhou "a grande convergência de opiniões sobre a atual situação" e também quanto às "respostas necessárias e soluções que é preciso dar ao país".
"O país não precisa de promessas, de proclamações, de ilusões, não precisa de demagogia e muito menos de gritaria. O país precisa é de soluções e respostas aos problemas concretos", sustentou.
Numa crítica ao PSD, Raimundo defendeu também que o que os reformados "menos precisam é de promessas daqueles que são os recordistas no corte das pensões", mas sim de "um aumento das reformas".
Sem dizer o nome de André Ventura, o secretário-geral referiu-se a "alguns que na altura estavam no PSD e agora estão noutros partidos e são responsáveis por esses cortes".
Também em declarações à Lusa, Heloísa Apolónia, membro da Comissão Executiva Nacional do PEV, afirmou que o partido tem "uma enorme confiança na possibilidade de poder voltar ao parlamento nestas próximas eleições" e de formar um grupo parlamentar, e salientou que para isso "é fundamental o reforço da CDU" em termos de votos.
"Desde que saímos da Assembleia da República, "Os Verdes" têm mantido a sua atividade junto das populações, em concreto observando e em contacto muito direto com os problemas reais do país e aquilo que ouvimos recorrentemente é que de facto "Os Verdes" fazem falta na Assembleia da República", indicou a dirigente.
A antiga deputada considerou que se sente "falta dessa voz ecologista no parlamento" e "das propostas e da agenda que o partido marcava".
Quanto à reunião com o PCP, também Heloísa Apolónia assinalou "uma convergência" dois partidos "na análise da situação política" que o país atravessa.
"Verificamos que as populações se confrontam com problemas gravíssimos, alguns dos quais agravados por falta de respostas políticas", criticou, apontando isso acontece em áreas como a saúde, educação, pobreza ou habitação.
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