"Os trabalhadores do Jornal de Notícias (JN) começam hoje um período de dois dias de greve, movidos pela ameaça de despedimento coletivo de dezenas de jornalistas. Numa redação de noventa trabalhadores (entre a sede do Porto e a delegação de Lisboa), esta ação representa um duro golpe na capacidade de noticiar de todo o jornal", critica o partido, representado na Assembleia da República pelo deputado Rui Tavares.
O partido manifesta assim a sua solidariedade com os jornalistas do JN, assim como com os restantes trabalhadores do Global Media Group (GMG), que inclui a TSF, o jornal O Jogo e o Diário de Notícias, escrevendo que estes profissionais, "nos últimos anos, têm vindo a perder os seus postos de trabalho apesar da inabalável dedicação à informação".
"O Livre reforça a necessidade de se proteger um dos pilares fundamentais da Democracia, através de jornalismo independente do poder político e de interesses económicos e dotado de recursos, capaz de garantir a fiscalização dos órgãos de poder públicos e privados", lê-se no comunicado.
Esta força política alerta que "a redução de recursos que se vislumbra coloca em causa a capacidade do JN de produzir notícias com a profundidade necessária e desejada, garante do escrutínio jornalístico que os meios de comunicação social permitem".
Sublinhando o "importante papel deste jornal para o Porto e o Norte", o Livre lembra que, "ainda há pouco meses, os trabalhadores do JN e do Global Media Group viram-se obrigados a sair das instalações históricas do centro da cidade do Porto, tendo o edifício sido vendido para dar lugar a mais um hotel, ironicamente nomeado de 'Hotel Jornal'".
Em causa, segundo os dados avançados pela administração da Global Media às delegadas sindicais do JN, estão 56 trabalhadores dos serviços partilhados e do setor comercial, 40 da redação do JN e 30 da TSF.
No jornal O Jogo, o eventual número de despedimentos ainda está por definir.
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