José Luís Carneiro falava aos jornalistas na sede nacional do PS, no largo do Rato, em Lisboa, depois de ter reconhecido a derrota nas diretas socialistas que disputou com Pedro Nuno Santos e Daniel Adrião.
Questionado várias vezes sobre o seu futuro político, José Luís Carneiro respondeu: "Se me preocupasse com a minha carreira política talvez não tivesse decidido ser candidato à liderança do PS".
"Esta candidatura alcançou um notável resultado. Não tendo sido maioritária teve dos mais elevados resultados das candidaturas não ganhadoras que se desenvolveram até hoje. Já pude falar com o meu camarada Pedro Nuno, saudando-o pela vitória e manifestando a minha e a nossa disponibilidade para trabalhar para o PS, e dessa forma para continuarmos a servir Portugal", referiu.
O também ministro considerou que a sua candidatura, assumida na Comissão Política do PS logo após o anúncio de eleições antecipadas pelo Presidente da República, foi um ato "que teve um significado muito profundo" também para as futuras gerações, afirmando que "não há inevitabilidades na vida democrática" nem "destinos manifestos".
Carneiro foi interrogado se estava disponível para integrar um eventual futuro governo socialista, se tem planos para um projeto regional ou se está disposto a integrar as listas dos deputados do PS nas legislativas de março, mas não respondeu diretamente a nenhuma destas questões, repetindo apenas que está disponível para servir o partido.
"A partir de hoje somos todos socialistas, somos todos do grande partido da esquerda democrática e é com os nossos valores de sempre, da igualdade, liberdade e fraternidade, que queremos contribuir para servir o nosso país", afirmou.
Na opinião do ainda ministro da Administração Interna, "o PS tem que continuar a ser um partido aberto, plural e profundamente democrático, um partido capaz de dialogar com toda a sociedade portuguesa, capaz de ser o primeiro e mais importante baluarte da defesa dos valores democráticos e na defesa dos valores constitucionais".
"Naturalmente, cabe à nova liderança do partido assegurar a unidade e assegurar a pluralidade estaremos sempre atentos e disponíveis para colaborar no reforço do PS como o grande partido da democracia portuguesa", disse.
José Luís Carneiro deixou ainda uma palavra de agradecimento ao primeiro-ministro e anterior secretário-geral do PS, António Costa.
"Não posso terminar a minha declaração sem uma palavra de sentido agradecimento de camaradagem e de profunda admiração ao secretário-geral e camarada António Costa. Ele deixa no partido e no país uma marca que nos honra a todos", enalteceu.
José Luís Carneiro deixou a sede nacional do PS antes de o seu adversário Pedro Nuno Santos chegar ao largo do Rato e rejeitou que esta saída tivesse algum significado político, dizendo apenas que tinha apoiantes no hotel no centro de Lisboa, onde passou o início da noite, e que os queria cumprimentar.
Questionado sobre se vai participar na campanha eleitoral das legislativas de março, respondeu: "Eu participarei na campanha, sou um militante muito ativo, desde muito jovem".
Carneiro disse que é importante que partido esteja unido "no mesmo objetivo de servir Portugal".
Antes, tinha chegado ao Rato acompanhado por cerca de meia dúzia de apoiantes, entre eles, a sua família, os ex-governantes José António Vieira da Silva e Luís Capoulas Santos, o secretário de Estado André Moz Caldas ou ainda a deputada Jamila Madeira, que se sentaram na fila da frente a ouvir o discurso do dirigente.
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