Chega quer ouvir ministra da Justiça sobre caso das gémeas
O Chega criticou hoje o PS por rejeitar audições parlamentares sobre o caso das gémeas, com André Ventura a indicar que quer ouvir a ministra da Justiça.
© Getty
Política Gémeas
"Decidimos hoje chamar também ao parlamento, a título de urgência e de forma potestativa, a ministra da Justiça, para que possa explicar como é que foi atribuída a nacionalidade em 14 dias a estas pessoas para beneficiarem deste tratamento", afirmou André Ventura.
O líder do Chega falava aos jornalistas na Assembleia da República, numa reação ao 'chumbo' dos requerimentos apresentados pelo seu partido para o parlamento ouvir os pais das crianças luso-brasileiras tratadas no hospital de Santa Maria, em Lisboa, e também os da Iniciativa Liberal para audição dos ex-governantes Lacerda Sales e Marta Temido e ainda o filho do Presidente da República, Nuno Rebelo de Sousa.
"Não vamos abdicar que o país seja esclarecido antes de começar a campanha eleitoral", indicou André Ventura, acusando o PS de agir "de forma prepotente" e de usar "um poder abusivo" para rejeitar estas audições.
O presidente do Chega considerou que "vai contribuir decisivamente para contaminar ainda mais a campanha eleitoral" e lamentou o chumbo destas audições, quando "o país espera esclarecimentos sobre esta matéria", para "encerrar este assunto do ponto de vista político".
Reiterou ainda a intenção de propor uma comissão parlamentar de inquérito sobre este tema no início da próxima legislatura.
Poucos minutos depois, no início do plenário, o líder do Chega recorreu da decisão do presidente da Assembleia da República de não permitir a marcação de um debate de urgência pedido pelo seu partido, uma vez que o PCP fixou esta tarde a ordem do dia com uma discussão sobre legislação laboral, e não deu o seu aval.
André Ventura afirmou que o Chega queria um debate de urgência "sobre a matéria da pressão na saúde relacionada com o fenómeno migratório", mencionando também, no seu protesto, o caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no hospital Santa Maria.
A líder parlamentar do PCP, Paula Santos, argumentou que estava em causa um direito potestativo (ou seja, obrigatório) de um partido e acusou o Chega de não respeitar as regras de funcionamento do parlamento, com o líder de bancada do BE, Pedro Filipe Soares, a juntar-se às críticas.
O vice-presidente da bancada do PS Pedro Delgado Alves salientou que "fixação da ordem do dia significa esgotar a ordem do dia" e que só poderia ser acrescentado um novo debate caso o PCP desse o seu aval, o que não aconteceu, lembrando que o Chega fixou a ordem do dia para esta quinta-feira, com um debate sobre o 'lobbying'.
Apesar dos protestos de Ventura, o recurso foi chumbado por todas as bancadas, à exceção do PAN, que não estava presente.
O gabinete de imprensa do Chega disse à Lusa que o debate se deverá realizar na quinta-feira.
Leia Também: "PS chumba aquilo que é incómodo, não interessa o esclarecimento"
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com