O líder do CDS-PP, Nuno Melo, disse, esta quinta-feira, sobre a coligação pré-eleitoral entre o seu partido, o Partido Social-Democrata (PSD) e o Partido Popular Monárquico (PPM), que "Portugal precisa desta solução e, felizmente, o CDS é parte dela".
"Oito anos depois a marcar passo, a cair todos os dias na lista dos países mais pobres da União Europeia, isto deve acabar. O que hoje aqui se decide inaugura um novo tempo, uma possibilidade, uma alternativa, a única a este Governo que pode levar Portugal num rumo diferente", disse Nuno Melo aos jornalistas, à entrada da reunião do Conselho Nacional do CDS, em Lisboa.
O presidente centrista disse esperar que aconteça, na reunião, o mesmo que aconteceu dentro da Comissão Política Nacional, em que a deliberação que decidiu aprovar a coligação, sob a bandeira da Aliança Democrática, por unanimidade.
"Espero que agora o mesmo resultado consigamos ter no Conselho Nacional ou pelo menos uma maioria muito expressiva porque Portugal precisa desta solução e, felizmente, o CDS é parte dela", disse, rejeitando revelar quantos eventuais lugares asseguraram os centristas em negociações com o PSD.
"Não posso. Não vou dizer sequer aos conselheiros nacionais", asseverou.
CTT? "Absoluta impreparação" de Pedro Nuno Santos
O presidente do CDS-PP considerou que as declarações do secretário-geral do PS sobre a compra de ações dos CTT por parte do Estado mostram a "absoluta impreparação" de Pedro Nuno Santos e defendeu que a coligação com o PSD é "estável e credível".
"Esta novela à volta dos CTT só confirma a absoluta impreparação do secretário-geral do PS para ser primeiro-ministro de Portugal", afirmou, considerando que "não é normal dizer num dia que o Governo em funções é que tem de dar explicações" e no "dia seguinte dar explicações, dizer que sabia e que concordou" com a compra de ações dos CTT por parte da Parpública.
"Revela uma rotina que é a antítese de um paradigma de solidez, estabilidade e sentido de estado numa governação que Portugal precisa", criticou.
Apontando que os portugueses terão de fazer escola em 10 de março, Melo defendeu que é tempo de "mudar de vida". "O que hoje se percebeu a propósito dos CTT é uma rotina que os portugueses não devem querer mais", sustentou.
Nuno Melo destacou que, em contrapartida, a AD é um "projeto estável e credível, experimentado, que tem em si mesmo muitos quadros com grande capacidade" e constitui uma alternativa que "pode levar Portugal a um rumo diferente".
De acordo com informação a que a agência Lusa teve acesso, o Conselho Nacional do CDS-PP vai votar hoje se concorre às próximas eleições Legislativas e Europeias em listas conjuntas com o PSD e o Partido Popular Monárquico (PPM), bem como a denominação da coligação, a sigla e o símbolo.
O órgão máximo entre congressos não vai, no entanto, deliberar sobre os pormenores desta aliança, mas pode mandatar o secretário-geral, Pedro Morais Soares, "para a negociação dos termos do acordo político".
Quanto a prioridades do CDS-PP para o país, Nuno Melo assinalou a intenção de "retirar ideologia do Serviço Nacional de Saúde" e criar "estímulos e incentivos remuneratórios para os profissionais de saúde"; "devolver rigor à educação"; uma maior regulação das fronteiras e, ainda "uma política de habitação completamente diferente".
CDS-PP com dois lugares elegíveis
De acordo com fontes da coligação, o CDS-PP assegurou dois lugares elegíveis, um na lista por Lisboa e o outro pelo Porto, mas pode conseguir eleger mais deputados nestes círculos se o resultado for melhor face ao das últimas eleições Legislativas.
Já o PPM terá um lugar de difícil eleição na lista por Lisboa, o 21.º.
O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, já indicou numa entrevista que será, nas próximas Legislativas de março, um dos candidatos a deputado pelo partido, que garante o regresso à Assembleia da República com este acordo de coligação.
Na última vez que PSD e CDS-PP concorreram juntos a eleições Legislativas, com a coligação 'Portugal à Frente', em 2015, conseguiram eleger 18 deputados por Lisboa e 17 mandatos pelo Porto.
Nas últimas eleições Legislativas, em 2022, o PSD elegeu 13 deputados pelo círculo de Lisboa e 14 pelo Porto. Já o CDS-PP perdeu a representação parlamentar pela primeira vez, uma vez que não conseguiu eleger nenhum deputado.
Para dia 15 de janeiro, estão marcadas novas reuniões do Conselho Nacional dos dois partidos, para aprovar as listas de candidatos a deputados, que têm de ser entregues até dia 29.
Esta é a quarta vez que PSD e CDS-PP irão juntos a votos em Legislativas.
[Notícia atualizada às 22h20]
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