O Conselho Nacional do PSD e o Conselho Nacional do CDS-PP aprovaram na quinta-feira, por unanimidade, a coligação, com o PPM, para as legislativas e europeias. Os termos do acordo político entre os três partidos serão negociados posteriormente.
O anúncio da coligação, recorde-se, foi feito a 21 de dezembro do ano passado, altura em que os dois partidos anunciaram que iriam concorrer coligados às eleições legislativas de março e às europeias de junho com uma coligação pré-eleitoral. Esta recupera o nome Aliança Democrática (a designação das primeiras coligações celebradas entre PSD e CDS-PP nos anos 80).
Já na quarta-feira, foi anunciado que também o PPM integraria esta coligação pré-eleitoral, entretanto aprovada pelos órgãos do partido.
Da parte do CDS, os 150 conselheiros do partido votaram favoravelmente para concorrer às próximas eleições legislativas e europeias em listas conjuntas com o PSD e o Partido Popular Monárquico (PPM) em todos os círculos eleitorais, aceitando também a denominação da coligação, a sigla e o símbolo.
Uma "alternativa" para inaugurar "um novo tempo"
Esta é a quarta vez que PSD e CDS-PP irão juntos a votos em legislativas. "Não é fácil chegar lá, mas se tudo correr dentro daquilo que esperamos em termos de margem de crescimento, é para isso que nós vamos lutar e para também dar uma representação parlamentar ao PPM", afirmou o líder dos sociais-democratas, Luís Montenegro.
Já pelos democratas-cristãos, Nuno Melo garante que "Portugal precisa desta solução e, felizmente, o CDS é parte dela". Considerou, ainda que o "que hoje aqui se decide inaugura um novo tempo, uma possibilidade, uma alternativa, a única a este Governo que pode levar Portugal num rumo diferente".
O acordo
No encontro social-democrata, que decorreu em Braga, ficou estabelecido que o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, é o eleito para negociar os termos do acordo. Já da parte do CDS, que esteve reunido na sua sede, em Lisboa, o escolhido foi Pedro Morais Soares.
Os contornos do acordo ainda estão por decidir mas, para já, sabe-se que este estabelece que o CDS vai regressar ao Parlamento, com a eleição de pelo menos dois deputados, um na lista por Lisboa e o outro pelo Porto, mas pode conseguir eleger mais deputados nestes círculos se o resultado for melhor face ao das últimas eleições Legislativas.
"O acordo garantia, com naturalidade, a eleição de dois deputados para o CDS. Todavia, com um pequeno aumento da votação relativamente às eleições de 2022, o CDS elegerá quatro deputados e se tivermos um bom resultado, que esperamos ter, o CDS elegerá seis deputados", afirmou Nuno Melo.
Já o PPM terá um lugar de difícil eleição na lista por Lisboa, o 21.º.
O que promete a Aliança Democrática?
Aquando do anúncio da coligação, o PSD e o CDS indicaram que vão valorizar e acolher, entre outras, as ideias do 'Manifesto por uma Alternativa Reformista e Moderada', subscrito por "mais de 100 personalidades notáveis da sociedade portuguesa" a apoiar um eventual Executivo liderado pelos sociais-democratas e pelo seu presidente, Luís Montenegro.
A AD "propõe-se oferecer aos portugueses uma efetiva mudança política e de políticas", prometendo "muito mais ambição para elevados níveis de prosperidade, de crescimento da economia e dos rendimentos e oportunidades para todos os portugueses".
Note-se que dia 15 de janeiro, estão marcadas novas reuniões do Conselho Nacional dos dois partidos, para aprovar as listas de candidatos a deputados, que têm de ser entregues até dia 29.
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