"O Pedro Nuno é o primeiro secretário-geral do PS que nasceu depois da fundação do PS. O Pedro Nuno vai ser o primeiro primeiro-ministro que nasceu depois da revolução de Abril [de 1974]", considerou.
Na abertura do seu discurso no 24.º Congresso Nacional do PS, que começa hoje, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), António Costa saudou o novo secretário-geral Pedro Nuno Santos e desejou-lhe "do fundo do coração todas as felicidades do mundo".
"As maiores felicidades, políticas mas também as maiores felicidades pessoais. Você merece Pedro Nuno. Força, vamos em frente, vamos ganhar as próximas eleições", disse, dirigindo-se ao socialista.
O também primeiro-ministro demissionário considerou que o partido "demonstra a sua vitalidade", destacando que no ano em que o PS celebrou os 50 anos de existência "passa o testemunho a uma nova geração", que "significa necessariamente um novo impulso, uma nova energia, um novo olhar" e que irá "acrescentar ao que as anteriores fizeram e dar novas respostas aos novos problemas".
Costa elencou que Pedro Nuno Santos "nasceu em 1977, quando Mário Soares e Medeiros Ferreira pediram a adesão de Portugal à então CEE" e "atingiu a maioridade em 1985 quando Guterres formou o nosso primeiro Governo".
"E aqui está hoje, líder do PS, para dar continuidade as estes 50 anos de história que têm muito futuro", considerou.
No seu discurso, Costa recuou ainda aos tempos da "Geringonça", dizendo que "o PS que em 2015 assinou os acordos com o PCP, o PEV e o BE foi o mesmo PS que nas ruas se bateu em 1975 para garantir a liberdade e a democracia e combater a deriva totalitária da revolução".
"E derrubámos esses muros e não deixaremos voltar a erguer esses muros. Porque o que nós criámos foi um novo padrão de governabilidade do nosso país, uma nova oportunidade de governação à esquerda e essa oportunidade provou bem e é por isso que nunca mais os muros voltarão a existir dentro da esquerda portuguesa", defendeu.
O ainda chefe do executivo realçou que o PS "tem uma identidade muito clara", definindo-o como "o partido da liberdade e da democracia", do projeto europeu, "o partido do combate às desigualdades" ou da "construção do estado social".
"O PS é maior do que a soma de todos nós. O PS é um partido com uma longa história e um grande partido nacional e popular", considerou.
Sobre as diretas socialistas em dezembro, António Costa considerou que foram demonstrativas da "vitalidade do PS".
"A vitalidade de um partido que em pouco mais de um mês enfrentou uma situação muito difícil, diria até traumática, mas que se conseguiu superar com uma mobilizaçao absolutamente extraordinária dos nossos militantes que massivamente participaram nesta eleição do novo secretário-geral do PS", enalteceu.
Costa disse ainda que esta foi uma eleiçao participada com a candidatura de José Luís Carneiro e Daniel Adrião, militantes que saudou "democrática e calorosamente pelo contributo que deram para a afirmação da pluralidade do PS".
"É esta pluralidade que faz com que o PS não seja um partido qualquer na sociedade portuguesa, porque é um partido que representa um amplo espaço político, da esquerda e do centro, que só se representa e só tem representação aqui no PS", sublinhou.
[Notícia atualizada às 22h20]
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