Discurso de Pedro Nuno foi "muito desapontante". "Parece parado em 2018"
A antiga líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, referiu-se às palavras de Pedro Nuno Santos, no 24.º Congresso Nacional do PS. "Fez um discurso dizendo que havia uma mudança e queria uma coisa diferente. Mas, quando olhamos para aquilo que disse no seu discurso sobre Habitação, parece que está em 2018", afirmou.
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Política Catarina Martins
A antiga líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, comentou, esta segunda-feira, o discurso do recém nomeado secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, no 24.º Congresso Nacional do partido, considerando-o "muito desapontante para a Esquerda".
"Pedro Nuno fez um discurso dizendo que havia uma mudança e queria uma coisa diferente. Mas, quando olhamos para aquilo que disse no seu discurso sobre Habitação, parece que está em 2018", afirmou, em comentário no Linhas Vermelhas, da SIC Notícias.
Na ótica de Catarina Martins, Pedro Nuno Santos "está muito contente porque lançou concursos para 30 mil casas, mas parece que está a pensar nos números de 2018 - quando havia 26 mil famílias em situações muito vulneráveis". "Neste momento, são mais de 80 mil, quase 100 mil famílias, que foram identificadas pelas autarquias", acrescentou.
"[Pedro Nuno] diz que não quer que as rendas subam mais de 2% quando a inflação é alta, mas o problema não é só que as rendas não aumentem, é que há muita gente que não consegue já pagar a renda, não consegue já comprar uma casa", atirou a bloquista.
Para Catarina Martins, não "há nenhuma proposta [do secretário-geral do PS] que permita que os preços da habitação sejam suportáveis para quem trabalha e tenha salários em Portugal".
E continuou: "Como digo, parece que está parado em 2018, não parece que já passaram quase cinco anos entretanto e que a habitação se agravou e muito".
Recorde-se que o secretário-geral do PS prometeu, no domingo, que, se formar Governo após as Legislativas de 10 de março, seguirá um rumo disciplinado, sem ruturas, mas com decisão, num discurso em que defendeu que estabilidade não significa inércia.
Esta linha de atuação foi transmitida por Pedro Nuno Santos na intervenção com que encerrou o 24º Congresso Nacional do PS, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), em que não falou sobre política internacional, ou política europeia, nem de Defesa, segurança interna ou cultura.
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