PAN quer voltar a ter grupo parlamentar para "fazer muito mais"
A porta-voz do PAN estabelece como objetivo para as próximas eleições legislativas voltar a ter um grupo parlamentar na Assembleia da República para "fazer muito mais" na próxima legislatura, e quer reconquistar deputados no Porto ou Setúbal.
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Política Inês de Sousa Real
"O PAN não falhou aos portugueses e, portanto, aquilo que de facto pedimos no próximo dia 10 de março é que nos seja dado um grupo parlamentar. Porque se com uma deputada conseguimos fazer e alcançar estas conquistas, com um grupo parlamentar vamos fazer muito mais", afirmou Inês de Sousa Real em entrevista à agência Lusa.
A deputada considerou que o PAN "demonstrou ao longo da legislatura" e também com o acordo feito na Madeira que é "uma verdadeira alternativa, um tampão à extrema-direita" e "um partido extremamente útil para a democracia".
Sousa Real alegou que o partido tem "dado resposta aos reais anseios da população" ao nível dos "direitos humanos e sociais, na proteção animal, na proteção ambiental".
A porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza disse também que o partido quer recuperar o grupo parlamentar que tinha conseguido eleger em 2019 e perdeu nas últimas legislativas, em 2022, quando voltou a eleger apena uma deputada.
Para isso, será necessário eleger pelo menos dois deputados e a Sousa Real indicou que o objetivo do PAN é recuperar a representação em círculos como Porto ou Setúbal.
Inês de Sousa Real, que encabeça a lista de candidatos pelo círculo eleitoral de Lisboa, não quis, no entanto, traçar uma meta concreta quanto ao número de deputados que o partido espera conseguir.
"Como é evidente, nós queremos ter sempre o melhor resultado possível e, portanto, não vale a pena especular em relação ao número de deputados que nos trará o dia 10 de março, até porque sabemos que o contexto político é não só adverso, como também muito polarizado", com "uma dispersão de votos em várias forças políticas", sustentou.
A líder do PAN pede aos eleitores "mais força e mais confiança", defendendo que "o PAN tem sido a única força política que, de forma responsável, tem colocado as causas e os valores que representa no centro da vida política e que se apresenta como uma força política do centro progressista, que neste momento não estava sequer ocupado por mais ninguém, e é uma área que efetivamente dá resposta aos anseios das pessoas e das suas preocupações".
Apontando que nas últimas eleições "o PAN foi penalizado pelo voto útil, ou seja, pelo medo, por um lado, da extrema-direita e pela necessidade que os portugueses sentiram de uma estabilidade", a cabeça de lista por Lisboa defendeu que o voto útil nestas eleições é "em quem efetivamente faz avanças as causas e não desistiu de trabalhar em prol dos portugueses".
A deputada destacou também as conquistas do partido ao longo dos últimos Orçamentos do Estado, das quais se orgulha, e disse que termina a legislatura "com sentido de dever cumprido".
O PAN entrou pela primeira na Assembleia da República em 2015, quando conseguiu 75.140 votos (1,39%) e elegeu o então líder, André Silva. Em 2019, o resultado subiu para 174.511 votos (3,32%) e o PAN conseguiu assegurar quatro lugares (dois pelo círculo eleitoral de Lisboa, um pelo Porto e outro por Setúbal).
Nas eleições legislativas de 2022, o PAN perdeu metade da votação, e teve 88.127 votos (1,58%), tendo voltado a eleger uma deputada única, a atual líder, Inês de Sousa Real, de acordo com os dados oficiais da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.
Esta entrevista foi realizada antes de o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque ter sido constituído arguido num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de direito, entre outros crimes, e se ter demitido do cargo.
O PAN assinou um acordo de incidência parlamentar que permite à coligação PSD/CDS-PP ter maioria absoluta no parlamento regional.
Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, em 07 de novembro, alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça.
A campanha eleitoral para as legislativas vai decorrer entre 25 de fevereiro e 08 de março.
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