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Decisão do povo "exclui chicana ditada por interesses partidários"

O ex-presidente do Governo dos Açores Mota Amaral considera que a decisão soberana do povo que deu a vitória à coligação PSD/CDS-PP/PPM nas eleições legislativas regionais "exclui toda a espécie de chicana política" ditada por interesses partidários.

Decisão do povo "exclui chicana ditada por interesses partidários"
Notícias ao Minuto

22:05 - 05/02/24 por Lusa

Política Açores

Num texto enviado hoje à agência Lusa, intitulado "Liderança reforçada", no qual aborda os resultados eleitorais de domingo, o social-democrata afirma que o atual presidente do executivo do arquipélago recebeu um "mandato inequívoco" para liderar o Governo Regional "pelo período do mandato, que é de quatro anos".

Assinalando que José Manuel Bolieiro "ganhou amplamente" e o socialista Vasco Cordeiro "perdeu com honra e dignidade", Mota Amaral recorda as palavras do primeiro na noite eleitoral para sublinhar que a coligação ganhou as eleições em seis das nove ilhas e em 13 dos 19 concelhos.

"A maioria assim obtida não corresponde à maioria parlamentar absoluta que tinha sido pedida, a fim de garantir a estabilidade governativa, tão cara aos açorianos e tão necessária para a eficácia da governação. Mas a soberana decisão do povo açoriano a todos se impõe, tanto aos vencedores como aos vencidos, e exclui toda a espécie de chicana política ditada por meros interesses partidários, com prejuízo do interesse coletivo geral", defende.

Para o primeiro presidente do executivo dos Açores, José Manuel Bolieiro "avança de peito feito para uma solução de governo minoritário, sabendo que só uma coligação negativa de todos os partidos na oposição consegue derrubar o governo que apresentar ao parlamento regional".

Louvando a coragem de Bolieiro e dos seus parceiros da coligação, "com os quais terá previamente acertado tal opção", Mota Amaral admite, numa alusão ao Chega, que "a alternativa seria um acordo com o único partido que aumentou o seu número de deputados e começou, aliás, logo a inviabilizá-lo ao apresentar exigências desmedidas".

Segundo Mota Amaral, os deputados dos "pequenos partidos eleitos no círculo de compensação tornaram-se irrelevantes em termos de estabilidade governativa, por simples razões numéricas".

Nesse sentido, não se justifica "qualquer diálogo tendo em vista a celebração de acordos de incidência parlamentar", até porque "a experiência demonstrou a facilidade com que na anterior legislatura esses documentos foram rasgados, depois de terem servido para bravatas sem real fundamento por parte de alguns dos subscritores".

No texto, Mota Amaral sustenta que "o reforço da liderança de José Manuel Bolieiro decorrente das eleições vai agora fazer-se sentir também no âmbito da coligação e do funcionamento do governo", e avisa que "protagonismos excessivos são penalizados pelos eleitores, que estão, como se viu, mais atentos do que pensam os autores de tais facécias".

"Julgo que parte dos votos de castigo, sobretudo nas ilhas maiores, se devem a isso mesmo. O natural recato é, pois, afinal vantajoso para o objetivo comum", escreve Mota Amaral, sustentando que "o reforço da liderança de José Manuel Bolieiro deve notar-se também no próprio PSD/Açores, pondo o partido a funcionar em pleno, com responsabilização dos respetivos órgãos de ilha, concelhios e de freguesia, bem como das organizações a ele ligadas", a JSD/Açores e os TSD/Açores.

A coligação PSD/CDS/PPM venceu as eleições regionais dos Açores com 42,08% dos votos e 26 deputados, e ficou a três eleitos da maioria absoluta, segundo dados oficiais provisórios.

José Manuel Bolieiro, líder da coligação de direita, que governa os Açores desde 2020, disse que irá governar com "uma maioria relativa" nos próximos quatro anos.

O PS é a segunda força no arquipélago, com 23 mandatos (35,91%), seguido pelo Chega, com cinco mandatos (9,19%).

O Bloco de Esquerda (2,54%), Iniciativa Liberal (2,15%) e o partido Pessoas-Animais-Natureza (1,65%) elegeram um deputado regional cada, completando os 57 eleitos.

Leia Também: Açores: Governação minoritária seria "total irresponsabilidade"

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