O presidente do Partido Social-Democrata (PSD), Luís Montenegro, reiterou, esta quarta-feira, que pretende abrir um processo negocial com os sindicatos das forças de segurança, caso vença as eleições legislativas de 10 de março.
"Convém relembrar que o PSD em sede do Orçamento de Estado para 2024, já tinha proposto ao Governo em funções que neste primeiro semestre do ano pudesse fazer uma avaliação e depois tomar decisões para reparar a desigualdade que tinha sido criada nas forças de segurança", começou por dizer o candidato pela Aliança Democrática (AD), que une PSD, CDS-PP e Partido Popular Monárquico (PPM), aos jornalistas.
Desde o distrito de Setúbal, Montenegro reforçou a sua promessa para "iniciar ato imediato à entrada em funções um processo negocial com vista a fazer essa reparação". Deixou, no entanto, um alerta: "Não é nas quatro últimas semanas antes das eleições que se vão assumir compromissos diretos de forma inequívoca, sem um processo negocial, só porque dá jeito eleitoralmente agradar a este ou àquele segmento".
"Não é aceitável que se ultrapasse o limite a partir do qual as pessoas têm medo de andar na rua", afirmou Luís Montenegro, no final de uma viagem de cacilheiro entre Lisboa e Cacilhas.
O líder social-democrata afastou estar a duvidar da "justiça patente na reivindicação que é feita", afirmando que "há de facto uma injustiça que foi criada e que tem que ser reparada".
"Tem de se evitar situações como aquelas que aconteceram à volta de jogos de futebol. Até lamento que tenha sido por esse motivo que o assunto tenha ganho um relevo comunicacional ainda maior", continuou, argumentando que "aquilo que verdadeiramente interessa não é a realização de um evento, por mais importante que seja".
"Aquilo que mais interessa é que as forças de segurança devem ter consciência de que são protagonistas da expressão da autoridade do Estado", apelou.
Por isso, reiterou o apelo feito no domingo às forças de segurança para que "exerçam democraticamente o direito de manifestar a sua insatisfação" com o limite de "não criar problemas que retirem autoridade ao Estado", nomeadamente colocando em causa "o exercício normal da democracia como a realização de eleições".
"Precisamos de ter um Governo com a ambição de ter mais Autoeuropas"
Nas mesmas declarações, Montenegro aproveitou a presença no distrito de Setúbal para ilustrar as suas ideias para o país com o exemplo da Autoeuropa.
"Parece-me que é inevitável falarmos num grande projeto nacional que trouxe a esta região muitas oportunidades, a Autoeuropa, que foi para o terreno nos anos 1990. Portugal precisa de ter novamente esta ambição de pensar grande, no sentido de atrair grandes empresas, que são capazes de gerar muita riqueza, pagar bons salários e empregar muita gente", disse.
O líder social-democrata atirou, ainda: "Precisamos de ter um Governo com a ambição de ter mais Autoeuropas, mas não é só na conversa. É com eficácia e capacidade de realização".
[Notícia atualizada às 13h05]
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