Num almoço-comício na Maia, no primeiro dia da campanha oficial para as legislativas de 10 de março, Rangel desferiu um ataque direto ao ainda ministro da Administração Interna e cabeça de lista do PS por Braga, que no sábado sugeriu que há "negociações escondidas" entre a Aliança Democrática e outros partidos.
"Nós ontem vimos o cabeça de lista por Braga a falar e a criar boatos, criar rumores, criar intrigas. Que credibilidade tem o PS se a sua campanha tem como único argumento o rumor, o boato, a mentira, a invenção?", questionou.
Rangel considerou que, neste momento, o PS "está em desespero" e já está a imitar o Chega, que critica por usar notícias falsas.
"O PS neste momento em desespero já está a imitar o Chega e está a basear a sua campanha nas notícias falsas, nos boatos e nos rumores", acusou.
O dirigente social-democrata considerou que, com estas afirmações, José Luís Carneiro se "descredibiliza completamente e perde a pouca autoridade que lhe resta".
"Ao contrário do que muitos disseram, ele foi um mau ministro: as polícias estão na situação em que estão porque José Luís Carneiro não se soube impor no Conselho de Ministros e não defendeu a dignidade da PSP, da GNR e de outras forças policiais", acusou.
Rangel afirmou que foi o Governo do PS "de Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro e António Costa" que fez a "discriminação injusta" nas forças de segurança, referindo-se à atribuição do suplemento de missão apenas à Polícia Judiciária, que tem provocado protestos da PSP e GNR.
O vice-presidente do PSD acusou ainda José Luís Carneiro de também ser responsável pela criação da nova agência para as migrações e asilo, que substituiu o antigo SEF, e que considerou "altamente problemática".
"Nós na AD não temos medo das ameaças socialistas, já foram oito anos de condicionamento e chegou o momento de libertar Portugal dos grilhões do socialismo que querem amedrontar as pessoas", disse.
Antes, o cabeça de lista da AD pelo Porto, Miguel Guimarães, ex-bastonário da Ordem dos Médicos, apontou números na área da saúde que, na sua opinião, demonstram como este setor está a ser "pessimamente gerido".
O antigo bastonário apontou para a diminuição do número de consultas médicas presenciais em 2023 em relação a 2015 - "menos 2,7 milhões" - e para a ultrapassagem dos tempos máximos de resposta garantida em áreas críticas como as de deteção de doença oncológica ou de cardiologia, desafiando quer Pedro Nuno Santos quer o ainda ministro da Saúde a dar explicações ao país.
"O estado do país é preocupante e merece dos cidadãos uma intervenção cívica", afirmou, dizendo que foi por isso que aceitou o convite de Luís Montenegro para liderar a lista da AD pelo Porto.
Este almoço-comício na Maia, para mais de 600 pessoas, foi encaixado entre iniciativas de campanha da AD em Mirandela, distrito de Bragança, e em Vila Real.
No distrito do Porto, o PSD perdeu um deputado em 2022, tendo conseguido 14 deputados, contra 19 do PS.
Leia Também: Carneiro sugere haver "negociações escondidas" entre AD e outros partidos