"Creio que o primeiro-ministro expressou bem aquela que é a nossa posição: temos uma frente de ajuda à Ucrânia que é indiscutível e passa por ajuda financeira, ajuda humanitária e também por ajuda militar naquilo que é a medida das nossas possibilidades", afirmou Luís Montenegro, questionado sobre o tema, no final de uma iniciativa de campanha em Portalegre.
Na segunda-feira, em Paris, após ter participado numa reunião de alto nível para apoio contínuo à Ucrânia convocada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, quando se assinalam dois anos do início da invasão russa, António Costa foi questionado sobre declarações do seu homólogo eslovaco, Robert Fico, de que alguns países ocidentais estão a considerar acordos bilaterais para enviar tropas para a Ucrânia.
O primeiro-ministro português assegurou que "não há nenhum cenário em que essa questão se tenha se tenha colocado" e acrescentou: "Nem vejo que qualquer país da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] o deva fazer e, sobretudo, são decisões que a serem tomadas terão que ser tomadas coletivamente, porque numa Aliança de defesa coletiva a geração de riscos é também do interesse comum de todos, mas não foi tema" nesta reunião em Paris, acrescentou.
"Essa é a atitude correta, eu estou de acordo com o dr. António Costa, primeiro-ministro ainda em exercício. Talvez seja interessante perguntar se o PS acompanha a posição do primeiro-ministro português e se está confortável em projetar para os eleitores uma aliança com PCP e BE que não estão alinhados com o Governo e com a nossa participação no seio da NATO", disse Montenegro.
Instado a garantir, se for primeiro-ministro, que não haverá tropas portuguesas na Ucrânia, o presidente do PSD respondeu de forma cautelosa.
"Estou em condições de dizer que estou alinhado com a posição do Governo português, de que a NATO não é uma organização envolvida no conflito de forma direta", afirmou.
Em Paris, o primeiro-ministro comparou a invasão russa da Ucrânia à ocupação de Timor-Leste pela Indonésia, afirmando esperar que o direito internacional "prevaleça" em território ucraniano.
Já quanto às declarações de Emmanuel Macron, que afirmou no arranque da reunião de alto nível que os líderes internacionais, incluindo da União Europeia, devem preparar-se "para que a Rússia ataque" estes países, devendo por isso "fazer mais" para apoiar a Ucrânia de forma a que ganhe a guerra, António Costa sublinhou que "não é momento de fazer especulações".
"Temos de nos preparar para os diferentes riscos, mas com uma determinação grande e com a consciência de que a forma como hoje soubemos demonstrar a capacidade de apoiar o esforço extraordinário do povo ucraniano na sua própria defesa, na defesa do direito internacional, é a melhor defesa que nós dizemos para o nosso próprio no futuro", concluiu.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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