A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, respondeu às declarações do líder da Aliança Democrática (AD), Luís Montenegro, que hoje prometeu que se demitia caso "algum dia tiver de cortar um cêntimo numa reforma.
"Já ouvi as mesmas promessas feitas por outro líder do PSD, que cortou nas pensões", afirmou a bloquista quando questionada sobre a promessa deixada em primeira mão pelo social-democrata.
Mariana Mortágua encontrava-se em Almada, no distrito de Setúbal, onde se realizava a primeira arruada do partido.
Mariana Mortágua considerou ainda que o contacto com as pessoas na rua era muito importante e que era "muito bom estar na rua e mostrar a força e alegria do Bloco de Esquerda" - mas confessou que só a 'festa' não bastava.
"É muito importante estar na rua e temo-lo feito todos os dias. Em arruadas, em contacto com a população, em visitas. Queremos que esta seja uma campanha de alegria, rua e de festa, mas também uma campanha onde se discutem propostas. Isso é o mais importante. Dizer às pessoas o que queremos para o país e ouvi-las. E olhar as pessoas nos olhos", considerou.
A promessa deixada por Luís Montenegro foi feita em Portalegre, onde Luís Montenegro conversou com pensionistas que se queixaram dos cortes nas suas pensões quando Pedro Passos Coelho foi primeiro-ministro. "Vou-vos dizer aqui uma coisa que nunca disse na campanha, vou-vos dizer aqui pela primeira vez, para ser muito claro sobre isso: se eu algum dia tiver de cortar um cêntimo numa reforma, demito-me", declarou o social-democrata.
À semelhança do que fez na segunda-feira, em Faro, após a intervenção de Passos Coelho, Montenegro continuou a 'defender os seus' perante os pensionistas. É que se na segunda-feira Montenegro agradeceu o "trabalho patriótico" e tudo aquilo que Passos Coelho "fez pelo país e pelas pessoas", menos de 24 horas depois, continuou a fazê-lo - mesmo quando uma ex-operária têxtil lhe disse que não gostou de ver Passos Coelho ao lado do líder do PSD. "Tenho de ser sincera, ele é que me roubou", começou por dizer, acrescentando: "Trabalhei 43 anos. Com uma reforma de miséria, habituei-me sempre a ganhar pouco, mas cresce sempre um bocadinho. E com o senhor Passos Coelho não cresceu nada, diminuiu tudo, tudo, tudo, tudo".
Já o social-democrata respondeu-lhe que Passos Coelho "não roubou nada", pediu-lhe que "não diga isso" e argumentou que o ex-primeiro-ministro "foi obrigado a fazer isso", que aquele Governo "apanhou a bancarrota" e conseguiu recuperar a situação do país.
[Notícia atualizada às 18h49]
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