Livre reitera que não há entendimentos com a Direita em matérias centrais
O porta-voz do Livre Rui Tavares excluiu hoje a possibilidade de entendimentos com a Direita em matérias centrais à governação, mas mostrou-se aberto ao diálogo em áreas que identifiquem e isolem ameaças à democracia.
© Lusa
Política Rui Tavares
"Vou reiterar o que digo desde o início desta campanha e que o Livre tem dito sempre: o Livre, se houver uma maioria à esquerda, é parte da solução, se houver uma maioria à direita, é parte da oposição", salientou Rui Tavares, à margem de uma visita à Universidade do Algarve, em Faro, integrada na campanha para as eleições legislativas de 10 de março.
O porta-voz do Livre frisou que, nas "matérias centrais à governação", como política económica, política social, Serviço Nacional de Saúde, fiscalidade e escola pública, há "uma distância enorme em relação à direita".
"Respeitamos democraticamente a direita, mas a nossa visão é muito diferente e, portanto, não pode haver entendimentos nessa área", declarou.
A esquerda deve ter, acrescentou, capacidade para "um diálogo com o centro e com a direita democrática em questões que têm a ver com a 'saúde' da nossa democracia".
Essas questões passam pela instituição de um círculo de compensação nacional nas eleições legislativas, pelo combate à corrupção e pela reforma da justiça, explicitou.
"Nessas matérias, todos os democratas devem entender-se para precisamente identificar e isolar ameaças à democracia, que vêm da extrema-direita", avisou.
Rui Tavares sublinhou que "não deve haver nenhum mal-entendido acerca da posição do Livre e, acima de tudo, não deve haver nenhuma interpretação de que essa posição tenha mudado".
"Às vezes, pode haver quem tenha vontade em interpretar de uma maneira a que, no quadro do jogo político, isso favoreça determinadas tresleituras. Mas que, de nenhuma forma, são legitimadas pelo que tem sido a nossa história, pelo que tem sido a nossa posição, posição essa que não mudou", vincou.
Em Faro, o porta-voz do Livre abordou a crise hídrica que afeta o Algarve, depois de o Governo ter reconhecido em fevereiro a situação de alerta devido à seca, impondo uma série de medidas que permitam ter reservas de água suficientes em 2025.
Rui Tavares entende que o Estado tem de responder "de forma mais rápida" a essa questão e que, em vez de soluções como a estação de dessalinização, que "resultarão lá no futuro, se e quando resultarem", há soluções "mais rápidas e mais viáveis", que passam pelo restauro da natureza.
"Há ribeiras e há rios no Algarve cujas margens podem ser regularizadas, cujas estruturas de diques e barragens obsoletas podem ser retiradas, há florestação a fazer na serra algarvia que também significa mais retenção de água. E com os projetos de emergência necessários, isso pode significar mais água já", apontou, sem esquecer "a gestão racional e razoável" da água, em que há necessidades mais prementes, as das populações.
Após uma reunião com o reitor e com a Associação Académica da Universidade do Algarve, o porta-voz do Livre lembrou que a habitação foi citado como o tema mais premente, numa região afetada pela sazonalidade.
"Hoje em dia, se esta universidade tem dificuldades de recrutamento, de investigadores, de docentes ou estudantes, é porque a habitação é cara, como é no país todo, mas aqui ainda tem o efeito da sazonalidade, por causa do turismo. Quando nos aproximamos da época alta, passa a ser impossível arranjar casa a preços acessíveis", alertou.
Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.
A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.
[Notícia atualizada às 20h10]
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