Rui Tavares foi à creche mostrar o sucesso da semana de quatro dias

O porta-voz do Livre visitou hoje uma creche que implementou a semana de quatro dias de trabalho, como forma de mostrar o sucesso do projeto-piloto, que a educadora Carla gostava que continuasse para dedicar tempo aos filhos.

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© Rita Franca/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
01/03/2024 13:39 ‧ 01/03/2024 por Lusa

Política

Livre

Rui Tavares passou a manhã rodeado de crianças, numa visita à creche "Centro Infantil Maria de Monserrate", em Lisboa, local escolhido pelo partido para mostrar que é possível por em prática a semana de quatro dias de trabalho "num dos setores no qual se dizia que era mais difícil".

Momentos depois de ter entrado pela porta, Rui Tavares ouviu logo elogios à experiência, que teve início nesta creche em junho do ano passado.

A instituição, que tem um total de 22 funcionários e cuida de bebés com meses até crianças com três anos, continua até hoje a adotar a semana de quatro dias de trabalho, mas este ano apenas de quinze em quinze dias.

"No cômputo geral claro que a avaliação é ótima", afirmou Inês Poeiras, diretora executiva da Caminhos da Infância, que explicou a Rui Tavares e à 'número dois' do Livre por Lisboa, Isabel Mendes Lopes, que foi preciso contratar mais uma pessoa para organizar o novo modelo de trabalho.

Apesar de a gestão ter sido "exigente", o "brio profissional" dos envolvidos ajudou, disse Inês, que chegou a confessar que não sabia que esta era uma medida do Livre. Agora, a instituição está à espera de fechar as contas em abril para saber se mantém este modelo.

"Gostávamos imenso de continuar, sem dúvida. Vai depender muito das contas", afirmou a responsável, alertando para dificuldades de tesouraria relacionadas com o aumento do salário mínimo nacional em janeiro bem como a subida generalizada dos preços.

Cada funcionário escolhe um dia da semana e, ao contrário do que seria de esperar, nem todos escolhem a segunda ou a sexta-feira, como é o caso da educadora Carla Monteiro que escolheu a quarta-feira e diz que "ganhou tudo".

"É um bem-estar enorme, não só a nível profissional como pessoal. Consigo dar mais atenção aos filhos. Aquela coisa do ir buscar, o ir levar, há todo um à vontade, faço coisas com eles que no quotidiano do ir buscar e levar não dá. Ate mesmo para eles, saberem que a mãe tem um dia de folga, sabem que podem contar comigo quando há aquelas atividades escolares que não dava na altura", contou.

Interrogada sobre se gostava que o projeto continuasse, Carla não hesitou: "Gostava, sou muito apologista de se continuar".

Em declarações aos jornalistas, Rui Tavares defendeu os benefícios deste projeto-piloto, proposto pelo Livre no Orçamento de Estado para 2022 e que envolveu 41 empresas e mais de mil trabalhadores, mas afirmou que "há caminho para fazer".

"Esse caminho o Livre propõe que continue a ser feito de forma a testar a semana de quatro dias de forma voluntária para trabalhadores e empresas, tirando partido, em 2026 e 2028, de dois anos em que com os feriados que já temos é possível ter um trimestre inteiro de semanas de quatro dias, e sem mudar o 25 de Abril e o 01 de maio evidentemente", explicou.

No programa eleitoral, o Livre propõe a continuação da experiência da semana de quatro dias de trabalho no setor privado e na administração pública, promovendo a inclusão desta modalidade de trabalho "na contratação coletiva e nos acordos de empresa, trabalhando para uma experiência a nível nacional de um período de semanas de quatro dias - à semelhança do que fez a cidade de Valência em Espanha".

Para já, ficam as vantagens identificadas nesta visita, na qual Francisca Carneiro, diretora pedagógica do centro infantil, salientou que este modelo de trabalho também tem benefícios económicos, uma vez que os funcionários têm mais tempo para "ir almoçar com amigos fora" ou ir ao ginásio.

Sobre idas ao ginásio, Tavares retorquiu: "Ou seja, é bom para o Serviço Nacional de Saúde também", causando alguns risos.

"O que percebemos aqui é este fator tempo, ter tempo, e que hoje em dia é considerado um luxo", acrescentou a diretora.

Leia Também: "Roubar votos entre partidos à esquerda não faz a esquerda crescer"

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