Paulo Raimundo desvaloriza possíveis conversas do Livre com a direita

A perspetiva de diálogo pós-eleições do Livre com a direita foi hoje desvalorizada pelo secretário-geral do PCP, que criticou a atenção dada a esse tema nas últimas horas da campanha eleitoral.

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Lusa
01/03/2024 16:51 ‧ 01/03/2024 por Lusa

Política

Eleições

Segundo Paulo Raimundo, "é mais uma oportunidade para tornar o centro da atenção uma coisa que não tem interesse nenhum".

O dirigente comunista considerou que posições como a do porta-voz do Livre, Rui Tavares, apenas contribuem para uma sucessão de reações dos diferentes líderes políticos sem "centrar as questões onde elas devem ser centradas: nos salários e nas soluções para a vida".

"Tudo o resto é só para nós nos entretermos. Os senhores vêm agora e pedem uma declaração, eu faço uma declaração; depois vão pedir a outro a declaração que eu fiz e vamos andar nisto. Não tenho problema nenhum em comentar as declarações de outros, não quero é contribuir para que os salários, a habitação, a saúde e as respostas que são precisas dar passem ao lado da campanha eleitoral", defendeu.

Em declarações aos jornalistas à entrada da empresa Aernnova, em Évora, onde esteve com a cabeça de lista distrital Alma Rivera a distribuir folhetos da CDU (Coligação Democrática Unitária, que junta PCP e PEV) aos trabalhadores que entravam e saíam na mudança de turno, o líder comunista reiterou que não haverá da parte do partido qualquer abertura à direita.

"Cada um diz o que quer. Com a CDU há uma coisa que é garantido: PSD, CDS, Chega e IL, por nossa vontade e com a força que tivermos, não voltarão a ter oportunidade para governar para um governo daqueles entre 2011 a 2015, com o projeto de destruição que tinham para o país e que é isso que querem retomar. Para nós, isso é muito claro", observou.

As declarações do porta-voz do Livre foram efetuadas ao início da tarde de quinta-feira numa visita ao centro de saúde de Odemira, distrito de Beja, tendo Rui Tavares afirmado então que "a direita democrática tem de ter com quem dialogar", rejeitando qualquer participação da extrema-direita.

"Há caminho a fazer, não é em tudo, não temos a mesma visão sobre o SNS. A direita propõe coisas para o SNS que não é o que a maior parte das pessoas quer, porque têm medo de perder o que lhes tem servido, mas há questões democráticas nas quais podemos dialogar", referiu.

Na sequência dessas palavras, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, e o presidente do Chega, André Ventura, reagiram com críticas distintas à posição do Livre, com Rui Tavares a vir excluir ao final do dia, no Algarve, a possibilidade de entendimentos com a direita.

"Vou reiterar o que digo desde o início desta campanha e que o Livre tem dito sempre: o Livre, se houver uma maioria à esquerda, é parte da solução, se houver uma maioria à direita, é parte da oposição", ressalvou.

Leia Também: Paulo Raimundo alerta no Algarve para o risco da "privatização" da água

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