Ao final da tarde, e já depois de uma ação de campanha efetuada diante da refinaria naquela cidade do distrito do Porto, Paulo Raimundo desceu a Rua Alfredo Cunha até junto da Câmara Municipal local na companhia do primeiro candidato distrital da CDU, Alfredo Maia, e de cerca de 150 apoiantes com muitas bandeiras da Coligação Democrática Unitária (CDU).
"[Estas ações] fazem a diferença toda, porque elas têm duas grandes vantagens: permite-nos contactar com as pessoas na rua e permite-nos demonstrar também a confiança que temos de que vamos ter um grande resultado, que é aquilo que nós precisamos e precisa o povo. Faz falta a CDU e isto ajuda a dar essa confiança", afirmou o líder comunista aos jornalistas enquanto cumpria o percurso, espalhando cumprimentos e folhetos.
Reiterando a confiança nos contactos na rua e desvalorizando as sondagens, Paulo Raimundo fez questão de destacar o "contributo para a campanha eleitoral" da CDU em abordar as "necessidades das pessoas", enumerando os salários, a saúde, a habitação, as reformas ou os direitos dos pais e das crianças.
"Sabemos que há muita gente que há dois anos deu o voto ao PS, mas não queria a maioria absoluta e já se apercebeu hoje que não há nenhuma possibilidade de haver uma política de esquerda em Portugal sem a CDU e muito menos contra a CDU. A resposta aos problemas não é dando força ao PS, é dando força à força mais experiente e consequente no combate à direita. Regressarão e serão muito bem-vindos à CDU", disse.
Aproveitando que estava no distrito do Porto, onde o investimento e a definição da estratégia da TAP no aeroporto local tem sido alvo de debate, Paulo Raimundo apontou à manutenção da companhia aérea na esfera pública e à reversão da privatização da ANA.
"É preciso recuperar a ANA e a ANA não é uma coisa qualquer. É bom não nos esquecermos do relatório do Tribunal de Contas que identificou a privatização da ANA um desastre. E nós vamos retomar essa matéria assim que a Assembleia da República abrir, já propusemos uma comissão de inquérito", explicou, recusando ainda comentar a polémica entre Chega e BE sobre a suposta anulação de votos da direita nas mesas de voto.
Após um breve encontro com um representante dos lesados do BES, a quem lembrou o compromisso da CDU de apoio aos antigos clientes do banco, Paulo Raimundo chegou ao final da arruada quase ao anoitecer e discursou durante apenas sete minutos, numa intervenção que a chuva terá ajudado a abreviar.
"Parece que está a pingar, eu vou ser rápido. É só para testar a nossa capacidade de resistência. Há uma coisa que eu posso dizer: se chover, eu não arredo pé. Quem quiser, que aguente; quem não quiser, que se tape", brincou o líder comunista, que logo foi abrigado pelo chapéu de chuva de um elemento da CDU, num gesto imitado rapidamente pelos apoiantes até que se encerrou a iniciativa, desmobilizando prontamente para rumar a Coimbra para a última ação do dia.
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