"A 11 [maio] condicionava muito as cerimónias de Fátima e a 18 acho que não vai ter qualquer problema", disse Miguel Albuquerque (PSD) aos jornalistas na baía de Câmara de Lobos, no lançamento da obra 'Aphanopus Carbo Lowe: O Tesouro do Mar Profundo', uma iniciativa da junta de freguesia local, que aborda a evolução histórica e científica da pesca do peixe-espada-preto.
Albuquerque argumentou que sempre defendeu que "as eleições se realizassem o mais rápido possível", complementando: "Mas acho que essa circunstância do 13 de maio tinha de ser levada em linha de consideração, porque há milhares, milhares e milhares de pessoas que vão ao Santuário [de Fátima] e isso iria condicionar" a afluência às urnas.
No seu entender, a realização das eleições no dia 11 acabaria por "ter impacto na votação".
Numa declaração ao país, o Presidente da República anunciou eleições legislativas para 18 de maio, que decorrem do facto de a moção de confiança do Governo liderado pelo social-democrata Luis Montenegro ter sido chumbada.
Também questionado sobre a situação da abstenção na Madeira nos atos eleitorais, Miguel Albuquerque considerou que "não tem sido muito elevada e há uma grande tradição de votação".
Segundo o chefe do executivo insular e líder do PSD/Madeira, "os madeirenses votam; essa ideia de as eleições na Madeira terem uma alta abstenção não é correta, porque tem duas circunstâncias".
"Primeiro, há muito residentes na Madeira, mas que vivem na diáspora, e isso é contabilizado como se fosse uma abstenção, é uma abstenção fictícia", sustentou, adiantando existir também "a questão dos estudantes, que não está resolvido".
Miguel Albuquerque recordou que havia uma proposta do voto em mobilidade, opinando ser "terrível" não ter sido aprovada, "um disparate".
Sobre o facto de se realizarem três eleições este ano -- as regionais a 23 de março, as legislativas nacionais antecipadas a 18 de maio e as autárquicas em setembro ou outubro -, o governante regional deixou um desejo: "vamos ver se conseguimos quebrar este ciclo de incerteza e conseguimos ter governos em Portugal para cumprir as legislaturas".
"Acho que isso é fundamental, sobretudo numa altura em que o país vive desafios muito importantes, designadamente aquilo que é a posição de Portugal face aos desafios que a Europa e o mundo enfrentam", disse.
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