"Apesar da diferença tangencial entre nós e a AD (Aliança Democrática), e sem desrespeitar os votos e os eleitores dos círculos eleitorais das nossas comunidades, tudo indica que o resultado não permitirá ao PS ser o partido mais votado. Quero por isso dar os parabéns e felicitar a AD pela vitória nestas eleições", declarou Pedro Nuno Santos num hotel em Lisboa onde os socialistas estiveram a seguir os resultados das eleições legislativas de domingo.
O líder do PS referiu que já teve a oportunidade "de felicitar pessoalmente o líder da AD", aproveitando também para felicitar publicamente a coligação no seu todo por ter ficado "em primeiro lugar neste ato eleitoral".
"O PS será oposição, nós vamos liderar a oposição. Seremos oposição, renovaremos o partido e procuraremos recuperar os portugueses descontentes com o PS. Essa é a nossa tarefa daqui para a frente", frisou.
Questionado pelos jornalistas sobre o porquê de assumir a derrota quando a contagem ainda não terminou e a diferença de votos e mandatos é muito curta entre o PS e a AD, Pedro Nuno Santos respondeu que "há uma diferença de cerca de 50 a 60 mil votos que não é muito significativa, mas será muito difícil que uma eventual vitória do PS nos círculos das comunidades venha a compensar essa diferença".
"Nós não podemos estar a manter o país em suspenso mais 15 dias quando é quase impossível, ou é muito improvável, que o resultado no círculo das comunidades venha a compensar a diferença que nós temos hoje. E, portanto, não vale a pena estarmos aqui a fazer de conta", disse.
O líder do PS reforçou que o partido tem resultados que "mostram que é muito difícil ao PS ganhar as eleições em termos de votos e em termos de mandatos mesmo que, do ponto de vista depois do parlamento, possa haver mais surpresas".
"Neste momento, não faz sentido estarmos a manter nenhum suspense sobre as eleições. Acho que nos cabe a nós, PS, reconhecer aquilo que é mais provável que se venha a confirmar daqui a 15 dias do que estar a manter em suspenso uma situação que não beneficia ninguém", frisou.
Antes de o líder do PS começar a discursar, os militantes do PS que estavam na sala começaram a gritar "25 de Abril sempre, fascismo nunca mais".
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