CDS-PP regressa ao parlamento com dois deputados eleitos pela AD

 O CDS-PP vai regressar ao parlamento, com dois deputados eleitos pela coligação com PSD e PPM Aliança Democrática (AD) nas legislativas antecipadas de domingo, depois de em 2022 ter ficado sem representação parlamentar.

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© X / Aliança Democrática

Lusa
11/03/2024 02:59 ‧ 11/03/2024 por Lusa

Política

Legislativas

Em número de deputados, este é, ainda assim, o segundo pior resultado de sempre dos democratas-cristãos.

Numa declaração feita pouco depois da meia noite de domingo, o presidente do CDS-PP congratulou-se por o seu partido voltar a ter assento na Assembleia da República e considerou que o PS teve "uma clamorosa derrota, porque cai de uma maioria absoluta para um resultado inferior a 30%".

"O CDS voltou à Assembleia da República, de onde nunca deveria ter saído", exclamou Nuno Melo, para quem este resultado "é histórico" na vida de um "partido histórico" e "muito bom para a democracia em Portugal".

A margem estreita entre os resultados da AD e do PS permitiu ao CDS-PP eleger dois deputados: o próprio Nuno Melo, número dois da coligação no círculo do Porto, e Paulo Núncio, quarto candidato no círculo de Lisboa.

Segundo dados provisórios da Secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, a AD obteve no continente e nos Açores 1.757.879 votos e elegeu 76 deputados, aos quais que se somam mais três eleitos e 52.992 votos na Madeira, onde PSD e CDS-PP concorreram coligados sem o PPM.

A soma destes resultados dá um total de 1.810.871 votos e 79 mandatos - 77 do PSD e 2 do CDS-PP -, enquanto o PS obteve 1.759.937 votos e elegeu 77 deputados em território nacional.

Falta ainda contabilizar os resultados dos dois círculos da emigração, da Europa e de Fora da Europa, que elegem no total quatro deputados.

Há dois anos, nas eleições antecipadas de 30 de janeiro de 2022, o CDS-PP, então liderado por Francisco Rodrigues dos Santos, teve o pior resultado da sua história em legislativas. Com 89.181 votos, 1,60% do total, não conseguiu nenhum eleito, ficando pela primeira vez fora da Assembleia da República.

O resultado de 2022 foi ainda pior do que o das legislativas de 06 de outubro de 2019, em que o CDS-PP, presidido por Assunção Cristas, baixou para 221.094 votos, 4,22% do total -- uma votação abaixo das de 1987 e 1991 -- e viu a sua bancada parlamentar reduzida de 18 para cinco deputados.

Os desaires eleitorais de 2022 e 2024 levaram às saídas de Assunção Cristas e, depois, de Francisco Rodrigues dos Santos da liderança do partido.

Até então, os piores resultados deste partido fundado em julho de 1974 tinham sido em 1987 e 1991, eleições em que o PSD liderado por Aníbal Cavaco Silva conseguiu maiorias absolutas de deputados.

Em 1987, o CDS, liderado por Adriano Moreira, teve 251.987 votos, 4,44%,do total, e quatro eleitos, quando a Assembleia da República tinha 250 deputados.

Na legislatura seguinte, já com um parlamento com 230 deputados e Diogo Freitas do Amaral de volta à liderança do partido, o CDS teve uma votação semelhante, 254.317 votos, 4,43% do total, subindo para cinco eleitos.

A melhor votação da história do CDS foi obtida nas primeiras eleições para a Assembleia da República, realizadas em 1976: 876.007 votos, 15,98% do total, com as quais elegeu 42 deputados, num parlamento com 263 lugares.

Em 1979 e 1980, com a Aliança Democrática (AD), coligação pré-eleitoral entre PSD, CDS e PPM, os democratas-cristãos conseguiram as sua maiores representações parlamentares: 43 e 46 deputados em 250, respetivamente.

Na década de 1990, durante a liderança de Manuel Monteiro, o CDS passou a CDS-PP. Desde essa altura, a melhor votação que alcançou em legislativas foi em 2011, com Paulo Portas, quando elegeu 24 deputados, com 654.888 votos, 11,71% do total.  

Até 2015, inclusive, alterou entre a terceira e a quarta maior força política no parlamento, passando para quinto lugar em 2019 e ficando mesmo fora da Assembleia da República em 2022, numa legislatura em que o Chega ascendeu a terceira força parlamentar e a Iniciativa Liberal a quarta.

Leia Também: Vitória da direita cria novo cenário de coligações e acordos

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