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AD "de palavra" sem Chega e PS a "liderar oposição". O filme das eleições

Ao todo, 66,23% dos eleitores foram às urnas nestas eleições legislativas. A taxa de abstenção situou-se nos 33,77% e foi a mais baixa desde 1999, quando se fixou nos 38,91%. O Chega foi o grande vencedor do sufrágio, tendo quadriplicado os resultados das últimas legislativas, mas nota positiva também para o Livre, que conseguiu eleger quatro deputados, pelo que irá formar grupo parlamentar.

AD "de palavra" sem Chega e PS a "liderar oposição". O filme das eleições
Notícias ao Minuto

09:00 - 11/03/24 por Daniela Carrilho

Política Legislativas

A Aliança Democrática (AD) venceu a corrida eleitoral de domingo, com 28,63% de votos e 79 deputados, abrindo assim caminho a Luís Montenegro para ser indigitado como próximo primeiro-ministro de Portugal. A destacar o aumento significativo de número de votos do Chega e do Livre, assim como a mais baixa abstenção registada desde há 25 anos.

Já com todas as freguesias fechadas, o Partido Socialista (PS) ultrapassa por margem muito mínima a AD em termos percentuais - com 28,66% e 76 deputados - mas a coligação à Direita segue na frente, uma vez que se juntam os três deputados do PSD eleitos pelo círculo da Madeira (0,86% dos votos). Saliente-se que faltam ainda aferir os votos dos emigrantes, correspondentes a quatro mandatos.

O Chega (Ch) ultrapassou as previsões mais otimistas, conquistando mais de um milhão de votos e 18,06%, quadruplicando o seu grupo parlamentar, que passa de 12 para 48 dos 230 deputados da Assembleia da República.

A Iniciativa Liberal (IL) reelegeu oito deputados e conseguiu 5,08% da votação  (312.033 votos), mantendo-se assim como a quarta força política em Portugal.

O Bloco de Esquerda (BE) conquistou 4,46%, com cerca de 274 mil votos, subindo em cerca de 30 mil votos face às últimas legislativas e mantendo os mesmos cinco mandatos, fixando-se como quinta força política.

O Livre (L) foi uma das grandes surpresas da noite com um dos melhores resultados desta eleição. Conquistando pela primeira vez um inédito grupo parlamentar de quatro mandatos, o Livre obteve 3,26%, o equivalente a 199.890 votos.

A CDU obteve 3,30%, com 202.565 votos, vendo assim consumada a redução da sua representação parlamentar - agora com quatro deputados - e com uma percentagem abaixo dos resultados de 2022.

Por fim, o PAN - Pessoas, Animais e Natureza conquistou 1,93% (118.574 votos), mantendo a sua representação parlamentar com apenas uma deputada e falhando o objetivo a que se tinha proposto de voltar a formar grupo parlamentar.

Por agora, faltam apenas contabilizar os círculos eleitorais da Europa e de fora da Europa, ficando por atribuir ainda quatro mandatos - resultados esses que serão conhecidos a 20 de março.

Abstenção? Taxa de "33,77%", a mais baixa desde há 25 anos

Ao todo, 66,23% dos eleitores foram às urnas. A taxa de abstenção neste sufrágio situou-se nos 33,77% e foi a mais baixa desde 1999, quando se fixou nos 38,91%.

Nas legislativas anteriores, em 30 de janeiro de 2022, a taxa de abstenção situou-se nos 48,54%, verificando-se já uma participação eleitoral superior à registada nas legislativas de 2019, ano em que a abstenção atingiu o recorde de 51,43%.

As reações. AD vence, sem "impasse constitucional" do PS. Mas com forte "oposição" à Esquerda

Luís Montenegro (AD) foi o candidato mais votado e compareceu, por volta das 1h00 da madrugada desta segunda-feira, no Epic Sana, em Lisboa, local onde a AD tinha a sua sede de campanha, que tinha sido, horas antes, alvo dos ativistas climáticos, que atiraram tinta vermelha contra os vidros e para o interior.

Ladeado por Gonçalo da Câmara Pereira e Nuno Melo, o presidente do PSD congratulou-se por ter "a candidatura que venceu estas eleições", o que implicaria "ter mais um voto que qualquer uma candidatura".

"Pois bem, parece incontornável que a AD venceu as eleições e que o Partido Socialista perdeu as eleições", afirmou Montenegro, acrescentando ter "a expectativa fundada de que Sua Excelência, o Presidente da República, depois de ouvir todas as demais forças políticas, me possa indigitar para formar governo".

Além disso, deixou clara a sua posição sobre uma eventual coligação com o Chega, dizendo que vai cumprir "a palavra" que deu durante a campanha eleitoral. "Nunca faria a mim próprio, ao meu partido e à democracia portuguesa tamanha maldade que seria incumprir compromissos que assumi de forma tão clara", assegurou.

Líder do PSD espera ser primeiro-ministro perante vantagem curta da AD

O presidente do PSD, Luís Montenegro, disse hoje ter a "fundada expectativa" de ser indigitado primeiro-ministro perante a curta vantagem das duas coligações que o partido liderou terem somado 79 deputados contra 77 do PS.

Lusa | 03:27 - 11/03/2024

Pedro Nuno Santos (PS) assumiu a derrota, pura e simplesmente, descartando de forma perentória uma nova 'gerigonça' à Esquerda.

"Sempre" disse que "não criaria" um "impasse constitucional" e, por isso, não irá obstaculizar a formação de um governo, embora tenha deixado evidente que não irá aprovar "moções de rejeição", mas também não irá aprovar "moções de confiança".

"O PS não ganhou as eleições. O PS vai liderar a oposição. O PS nunca deixará a liderança da oposição para o Chega ou para André Ventura", atirou, salientando que "a Direita ou a AD que não conte com o PS para governar. Não somos nós que vamos suportar um Governo da AD".

"E não vai haver divisão no PS", atirou Pedro Nuno, fazendo ainda sobressair: "Trabalharemos ao longo dos próximos meses, no futuro, para conseguir convencer e voltar a ter connosco todos os que estão descontentes com o sistema político e com o PS. O nosso caminho começa agora, hoje", acentuou.

Pedro Nuno na derrota promete liderar oposição e renovar PS

O secretário-geral do PS assumiu a derrota face à AD nas legislativas de domingo, adiantando que não obstaculizará a formação desse executivo, mas avisou que liderará a oposição e vai renovar o seu partido.

Lusa | 02:34 - 11/03/2024

André Ventura (Ch) sublinhou os resultados esmagadores obtidos nas eleições, considerando que "esta vitória tem de ser ouvida em muitos locais do país", enfatizando especificamente o Palácio de Belém, onde, considerou, "um Presidente da República procurou à última hora condicionar o voto dos portugueses".

"Há um dado desta noite que já temos a certeza e que podemos anunciar aqui: esta é a noite em que acabou o bipartidarismo em Portugal", garantiu, insistindo num possível acordo de governo com o PSD.

Ventura defendeu ainda que o Chega foi "o partido mais perseguido em toda a história da democracia portuguesa", lançando farpas a comentadores e jornalistas e falando em "ataques jornalísticos sem precedentes" a um partido político.

Só um partido "muito irresponsável" deixará o PS governar

O presidente do Chega considerou hoje que os portugueses deram à direita um mandato para governar Portugal e defendeu que só um partido "muito irresponsável" deixará o PS governar, insistindo num acordo de governo com o PSD.

Lusa | 01:06 - 11/03/2024

Rui Rocha (IL) afirmou que o cenário político que saiu das eleições legislativas é complicado e que "os próximos dias" serão determinantes para a sua clarificação, mostrando-se disponível para "assumir responsabilidades e contribuir para as soluções".

"Seremos responsáveis nos cenários que se venham a colocar, não será pela Iniciativa Liberal que não haverá uma solução estável de governação. Portanto, cabe aos outros assumirem", declarou o líder liberal.

IL disponível para assumir responsabilidades e ser parte da solução

O presidente da IL afirmou hoje que o cenário político que saiu das eleições legislativas é complicado e que os próximos dias serão determinantes para a sua clarificação, mostrando-se disponível para assumir responsabilidades e ser parte da solução.

Lusa | 01:25 - 11/03/2024

Por sua vez, Mariana Mortágua (BE) assegurou que o partido será parte de uma "solução que afaste a direita do Governo", considerando que a "inegável viragem à direita" é resultado da "política desastrosa" da maioria absoluta do PS.

"Somos a Esquerda de confiança e aqui estaremos a cada dia, aconteça o que acontecer, venha o que vier para erguer neste país uma alternativa para defender o nosso país", prometeu.

"Seremos parte de qualquer solução que afaste a direita do Governo"

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, assegurou esta noite que o partido será parte de uma "solução que afaste a direita do Governo", considerando que a "inegável viragem à direita" é resultado da "política desastrosa" da maioria absoluta do PS.

Lusa | 00:37 - 11/03/2024

Paulo Raimundo (PCP) assumiu que o resultado da CDU nas eleições legislativas constituiu "um desenvolvimento negativo".

No entanto, o líder comunista garante que "não deixa de constituir uma importante expressão de resistência, com tanto mais valor e significado quando a sua construção teve de enfrentar o prolongado enquadramento caracterizado pela hostilidade e menorização".

Raimundo assume "desenvolvimento negativo" da CDU com perda de mandatos

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, assumiu hoje que o resultado da CDU nas eleições legislativas constituiu "um desenvolvimento negativo", ao ver consumada a redução da sua representação parlamentar e com uma percentagem abaixo dos resultados de 2022.

Lusa | 23:53 - 10/03/2024

Rui Tavares garantiu, no seu discurso, que o Livre "sabe crescer bem e com responsabilidade" e definiu como principal alvo o Chega, afirmando que quer "rebentar o balão" da extrema-direita. Vincou ainda que o partido está disponível para dialogar.

"Mais do que nunca é preciso espírito de convergência, solidariedade, e união contra o autoritarismo. Estamos juntos, da parte do Livre só podem contar com convergência e cooperação perante os desafios que nos apresentam", garantiu Rui Tavares, vangloriando que "há espaço para uma esquerda verde europeia em Portugal".

Livre "sabe crescer bem" e quer "rebentar balão" da extrema-direita

O porta-voz do Livre garantiu hoje que o partido "sabe crescer bem e com responsabilidade" e definiu como principal alvo o Chega, afirmando que quer "rebentar o balão" da extrema-direita.

Lusa | 00:58 - 11/03/2024

Inês Sousa Real foi eleita para mais um mandato na Assembleia da República, enfatizando um "contexto político bastante adverso" e responsabilizando Marcelo Rebelo de Sousa por ter contribuído para a instabilidade política no país

"Não posso deixar de lamentar que o Presidente da República tenha contribuído, de alguma forma, para toda a instabilidade política que temos vivido, para que a descrença das pessoas se tenha transformado num voto de protesto ao invés de um voto de confiança nas forças políticas do espetro democrático. Marcelo Rebelo de Sousa tem repetidamente levado o país para ciclos eleitorais. Já é o segundo mandato que temos interrompido, mesmo perante o perigo de estendermos a passadeira à extrema-direita no nosso país", observou Inês Sousa Real.

Sousa Real responsabiliza Marcelo pela instabilidade política

A porta-voz do PAN responsabilizou hoje o Presidente da República por ter contribuído para a instabilidade política no país, depois de a "descrença das pessoas" se ter transformado em votos no Chega nas eleições de domingo.

Lusa | 01:21 - 11/03/2024

Leia Também: AO MINUTO: AD vence por dois deputados. Coligação com Chega? "Não é não"

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