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Votos da emigração estão a ser "desvalorizados" mas "podem ser decisivos"

Rui Tavares considerou que "a estabilidade" política será "sempre difícil" neste momento em que vivemos "de incerteza" e de "potencial ingovernabilidade".

Votos da emigração estão a ser "desvalorizados" mas "podem ser decisivos"
Notícias ao Minuto

23:32 - 18/03/24 por Daniela Carrilho

Política Livre

O porta-voz do Livre, Rui Tavares, comentou, esta segunda-feira, as possibilidades em aberto sobre os votos dos emigrantes portugueses, numa altura em que faltam ainda contabilizar os círculos eleitorais da Europa e de fora da Europa, considerando que estes estão a ser "desvalorizados", mas que poderão "ser decisivos".

"Num tempo de incerteza, de potencial ingovernabilidade, como pode acontecer no nosso país, se há um mínimo que podemos fazer, é respeitar todos os votos por igual, em particular quando os votos das nossas comunidades no estrangeiro podem ser decisivos", começou por dizer Rui Tavares numa entrevista à RTP3, dando conta que foi essa a mensagem que transmitiu ao Presidente da República aquando da sua audiência no Palácio de Belém.

Relativamente aos problemas detetados dos votos da emigração - uma vez que quase 1,2 milhões não serviram para eleger deputados - Rui Tavares destacou que já "há dois anos, todos dissemos que os problemas tinham de ser resolvidos sob pena de estarmos a frustrar as expectativas dos nossos concidadãos", uma vez que alguns, muitas vezes, "fazem milhares de quilómetros para votar", com mais burocracia e que "podem ver os seus votos anulados por questões que não são claras no procedimento".

O líder do Livre considerou que os votos dos emigrantes portugueses estão a ser "desvalorizados", uma vez que o futuro do país foi anunciado sem esperar pela contabilização dos seus votos.

"Depois não nos podemos admirar que num próximo ato eleitoral as nossas comunidades lá fora, ou não vão votar, ou vão votar apenas expressando indignação e protesto em forças antidemocráticas", salientou.

Considerando que "a estabilidade" política será "sempre difícil" neste momento, Rui Tavares afirma que "só há dois tipos de maiorias possíveis no Parlamento" por agora: "Ou é o PSD com o PS ou o PSD com o Chega. É entre estes três partidos que uma clarificação tem de se dar e, para isso, é preciso saber quais as intenções tanto do PS como do PSD", observou ainda.

De recordar que a AD, com 29,49% dos votos apurados, conseguiu 79 deputados na Assembleia da República, nas eleições legislativas de domingo, contra 77 do PS (28,66%), seguindo-se o Chega com 48 deputados eleitos (18,06%).

A IL, com oito lugares, o BE, com cinco, e o PAN, com um, mantiveram o número de deputados. O Livre passou de um para quatro eleitos enquanto a CDU perdeu dois lugares e ficou com quatro deputados.

Por agora, falta apurar os votos dos círculos eleitorais da Europa e de fora da Europa, ficando por atribuir ainda quatro mandatos. Esses resultados serão conhecidos já na quarta-feira, dia 20 de março.

Leia Também: Alexandra Leitão defende Governo do PS caso tenha mais mandatos ou votos

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